Descrição de chapéu Rio de Janeiro Folhajus

Polícia conclui inquérito e indicia anestesista por estupro de vulnerável

Outros cinco possíveis estupros continuam em investigação; Giovanni Bezerra começou a estuprar a paciente 50 segundos depois que o marido deixou a sala

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Rio de Janeiro

A Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, concluiu nesta terça-feira (19) o inquérito que investigou o anestesista Giovanni Quintella Bezerra. Ele foi indiciado por estupro de vulnerável, crime cuja pena varia de 8 a 15 anos de prisão.

Outros cinco possíveis casos de estupro pelo médico são investigados pela Polícia Civil.

Bezerra foi preso em flagrante na madrugada do último dia 11, depois que funcionários do Hospital da Mulher Heloneida Studart filmaram o anestesista colocando o pênis na boca de uma paciente desacordada durante uma cesárea.

O anestesista Giovanni Quintella Bezerra, preso em flagrante por estupro de vulnerável - Fabiano Rocha/Agência O Globo

Segundo depoimentos colhidos ao longo das investigações, o médico pedia que os maridos das pacientes se retirassem da sala de cirurgia no meio do procedimento. Os relatos também indicam que Bezerra aplicava, sem necessidade, altas doses de sedativo nas mulheres, para que pudesse estuprá-las.

O inquérito concluiu que o anestesista começou a estuprar a paciente 50 segundos depois que o companheiro dela deixou a sala de cirurgia. O estupro durou nove minutos e cinco segundos.

Ao longo da ação criminosa, Bezerra sedou sete vezes a paciente. Foram utilizados os medicamentos propofol e ketamina.

O laudo do telefone utilizado na filmagem mostrou que o vídeo é íntegro e sem edições, com a duração de uma hora e 36 minutos.

Segundo os depoimentos, o anestesista limpou o pênis com uma gaze após ejacular. Ela foi recolhida do lixo para ser periciada, mas não foram encontrados vestígios de sêmen. Segundo a polícia, o material passou por diversos recipientes e, por isso, não foi possível garantir a integridade da coleta.

Ao longo do inquérito, remetido nesta terça para a Justiça, foram colhidos 19 termos de declaração, incluindo o do autor, da vítima, do marido da vítima, do corpo técnico e médico do hospital e de policiais.

Na última sexta (15), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro aceitou denúncia do Ministério Público contra o médico e ele se tornou réu pelo crime de estupro de vulnerável.

O prazo para apresentar defesa após o recebimento da denúncia na esfera penal e a citação do acusado é de dez dias.

O médico teve a prisão em flagrante convertida em preventiva durante audiência de custódia realizada no dia 12 de julho.

Entre os cinco possíveis casos de estupro ainda investigados, dois podem ter ocorrido horas antes da filmagem que resultou na prisão de Bezerra, com pacientes que também passaram por cesáreas no mesmo hospital.

Na segunda cesárea daquele dia, uma das profissionais da enfermagem viu que ele estava com o pênis ereto, segundo depoimento à polícia. Foi aí que decidiram filmá-lo na terceira cirurgia.

Outras três ex-pacientes procuraram a delegacia para denunciar o comportamento do médico. Elas disseram que ele as sedou completamente, deixando-as inconscientes, e que ele não permitiu que os companheiros acompanhassem todo o procedimento.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.