Mulher que desapareceu durante chuva em SP se assustou e parou no meio de rio, diz irmã

Bombeiros devem avaliar nesta quinta (8) a continuação das buscas; rapaz que tentou ajudá-la também sumiu

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São Paulo

As vítimas de uma cabeça-d'água (aumento rápido e repentino do nível de um rio) na região de Marsilac, extremo sul de São Paulo, continuavam desaparecidos até a noite desta quarta (7).

A vendedora Marli Senhora dos Anjos Valadão, 32, moradora do Jardim Miriam, também na zona sul, é uma delas.

No domingo (4), ela se uniu a sete amigos e o grupo seguiu rumo ao bairro rural de Emburá para fazer uma trilha em direção a cachoeiras, conta a irmã dela, Marcele Souza.

Bombeiros procuram duas pessoas desaparecidas em cachoeira, na região de Marsilac, extremo sul de São Paulo
Bombeiros procuram duas pessoas desaparecidas em cachoeira, na região de Marsilac, extremo sul de São Paulo - Divulgação/Corpo de Bombeiros de São Paulo

Marli havia prometido visitar a mãe, em Interlagos, zona sul, no dia seguinte. "Ela falou: 'Mãe, vou para a trilha. É a última que vou fazer. Não irei mais nesta, porque não é regular nem monitorada'. Ela disse que começaria a fazer trilhas que têm acompanhamento e são monitoradas", conta Marcele.

O último contato entre as duas irmãs ocorreu no sábado (3), por volta de 13 horas.

Na segunda (5), ela não apareceu na casa da mãe. Sem notícias, a filha dela, de 15 anos, enviou mensagem e percebeu que Marli não recebeu. "Localizaram a minha sobrinha e a minha mãe e, na segunda-feira, começou a nossa angústia."

De acordo com relatos feitos à Marcele, o grupo fazia a travessia de um rio quando aconteceu o acidente, na Cachoeira da Usina.

"Eles estavam atravessando um rio —um por um— e, quando chegou a vez da Marli, ela estava assustada e com medo e parou no meio do rio. Não conseguiu voltar para trás nem seguir adiante. O rapaz [que também desapareceu, de 25 anos] foi ajudá-la a voltar para a margem. Começou a chover, ela começou a chorar e em questão de segundos veio uma cabeça d'água e atingiu os dois. Segundo informações que tenho, esse moço fez de tudo para segurá-la. Foi tudo muito rápido."

O Corpo de Bombeiros de São Paulo disse à Folha, na noite desta quarta (7), que as buscas terrestres foram suspensas. A corporação iniciou o monitoramento do volume de água no rio e das condições e previsões meteorológicas para depois avaliar a possibilidade de prosseguimento com as equipes por terra.

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