Descrição de chapéu Obituário Luis Roberto de Assis Morais (1956 - 2023)

Mortes: Dentista contador de piadas, valorizou as relações humanas

Luis Roberto de Assis Morais manteve por anos seu consultório no mesmo endereço, em Taboão da Serra (SP)

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São Paulo

O dentista Luis Roberto de Assis Morais era uma pessoa simples e do bem. Dizia que o rancor adoece o corpo e por isso encarava a vida com leveza.

A autônoma Marli Ribeiro, 55, considera-se privilegiada. Os 16 anos de companheirismo foram de amor e muitos ensinamentos, ela diz.

"Ele me ensinou a ser uma pessoa melhor, mais econômica, e me ensinou a ser mãe. Luis sorria mesmo na tristeza e arrancava gargalhada de todos à sua volta", conta.

Luis Roberto de Assis Morais (1956-2023)
Luis Roberto de Assis Morais (1956-2023) - Arquivo pessoal

O casal se conheceu em 2007, em um bar em Taboão da Serra (Grande SP). Foi uma paciente do dentista que era amiga de Marli que os apresentou. Naquela noite, os dois trocaram telefones. Duas semanas depois, jantaram juntos e nunca mais se desgrudaram.

Luis nasceu na capital paulista. Formou-se em odontologia na Unisa (Universidade Santo Amaro). Escolheu Taboão da Serra para ser dentista. O consultório está no mesmo endereço há muitos anos, segundo o engenheiro Reginaldo Bertocci Fontes, 62, sócio e amigo por 40 anos.

Reginaldo conheceu Luis quando foi ao consultório buscar atendimento. E afirma que ganhou mais que um amigo, um irmão.

"Nossa amizade era de cumplicidade e confiança. Passamos por problemas semelhantes e nos aproximamos. Não ficávamos uma semana sem nos falar. Éramos sócios em atividades comerciais", relata o amigo.

"O Luis era desapegado de bens materiais. As pessoas são ambiciosas. Ele queria o básico para viver. Dava importância às relações humanas e à convivência. Gostava das amizades. Era engraçado e irreverente. Contava piada com o paciente de boca aberta e interagia com quem estava na recepção aguardando atendimento. Perdi o melhor ser humano que eu conheci", diz Reginaldo.

Luis havia sido casado antes de conhecer Marli e estava separado. Teve dois filhos. Érick, um deles, morreu há cerca de 11 anos em um acidente de moto. A partir da morte do rapaz, nunca superada, sua saúde começou a debilitar.

Érick queria construir um hotel para cães na chácara comprada pelo pai em São Lourenço da Serra, região metropolitana de São Paulo. Era apaixonado pelos animais. Com a morte do filho, Luis "adotou" a Kombi destinada ao projeto e tinha planos de morar na chácara. Didi, a vira-lata caramelo que ele tanto amava, iria junto.

Luis morreu dia 19 de fevereiro, aos 66 anos, após um infarto. Deixou a companheira, o filho Douglas, a Didi, pacientes e amigos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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