Renata da Cunha Bueno Mellão teve 96 anos de vida, que deixaram uma marca na sociedade paulista.
Nascida na capital paulista, era conhecida pelos bons modos e pela maestria para recepções, ao ponto de hospedar a rainha Elizabeth 2ª durante sua visita ao Brasil em novembro de 1968.
A base da família era o comércio de café. Quando se casou, passou a ajudar o marido, que atuava no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, negociando sacas de café.
"O que ela fazia era colaborar com ele no meio financeiro", diz a filha, Renata Mellão. "Ela que iluminava o caminho do marido porque falava muitas línguas e ele tinha muitos contatos no exterior. Depois da guerra, começaram a ter mais poder financeiro e também político porque meu tio era o governador Abreu Sodré [1967-1971]. A mulher dele era irmã do meu pai."
Em sua visita ao Brasil em 1968, a rainha Elizabeth 2ª passou por várias cidades durante 11 dias. A única não capital onde ele esteve foi Campinas, no interior paulista. E coube a Renata da Cunha Bueno Mellão recepcionar a rainha, na fazenda da família no município.
"Ela recebeu a rainha da Inglaterra em Campinas. Ela dormiu na fazenda da família e minha mãe que fez todo o cerimonial. Minha mãe era muito educada, da forma antiga, europeia. Era uma lady", afirma a filha.
"Ela era muito bonita e muito elegante. Era uma elegância nos gestos, nos movimentos, na postura. Ela podia estar vestida com qualquer coisa, mas tinha uma postura incrível e recebia muito bem. Sabia tudo sobre etiqueta, cerimonial. Tinha esse conhecimento de muitas viagens, estadias fora do Brasil."
Renata da Cunha Bueno Mellão morreu no dia 4 de fevereiro, no Hospital Sírio-Libanês, por falência de múltiplos órgãos. Deixou os filhos Renata, Maria Eudóxia e Eduardo, sete netos e diversos bisnetos.
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