O sociólogo Silvio Costa era apaixonado pela história do progresso humano e dedicou sua vida a estudá-la. Seus temas favoritos eram revoluções, vistas como pontos de inflexão entre a barbárie e a beleza da união pelo bem comum.
Nascido no município goiano de Pirenópolis, Silvio formou-se em ciências sociais pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) em 1977, um ano depois já lecionava na PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Goiás.
Silvio foi professor na instituição por mais de 40 anos. Lá, fez parte de uma geração de sociólogos que moldou o ensino da disciplina.
Ao seu lado, estava e estudiosa Lúcia Rincon, que se tornou sua esposa.
O jeito crítico, mas bem-humorado, era marca de Silvio. Ao falar de problemas do Brasil ou das belezas de seu povo, sempre utilizava alegorias históricas. Cativava.
Mas havia um tema que fazia com que o professor mudasse abruptamente o tom: a desigualdade. O incômodo o levou para o ativismo. Silvio dedicou décadas de militância ao Partido Comunista Brasileiro, tendo sido dirigente da sucursal goiana. Nem os anos ou os críticos o fizeram abandonar sua luta.
"Firme defensor da democracia e pioneiro no movimento sindical de docentes em Goiás", disse, em nota, Orlando Lisita Júnior, diretor da Associação de Professores da PUC Goiás.
Silvio amava a vida. Animal ou vegetal. Plantas eram seus xodós, e ele passava incansáveis horas cuidando de seu jardim.
O acadêmico atuou ainda nos movimentos sociais e sindicais de Goiás. Nos anos 1980, foi presidente do sindicato dos professores do estado.
Ele também produziu materiais que, mesclando contexto histórico e social, se tornaram referências na área das ciências humanas, principalmente sobre a Revolução Francesa. Liberdade, igualdade e fraternidade eram tudo o que o sociólogo desejava para seu povo.
Silvio Costa morreu na manhã de quarta-feira (2), aos 69 anos. Ele sofreu um infarto fulminante em sua casa.
Além da esposa, ficam saudosos amigos, colegas, discípulos, seus filhos João, Silvio e Paula e três netos.
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