Yvonne Cutait fez da sua passagem terrena uma missão chamada amor. Espalhou generosidade sem pedir nada em troca. Acolheu quem precisou. Essas são as referências que deixou à família, aos amigos e a todos que cruzaram seu caminho.
Natural de São Paulo, Yvonne era filha de imigrantes vindos da Síria no início do século —a sexta de sete filhos de Rachid e Nazira.
Casou-se com o cirurgião Daher Cutait (1913-2001), de quem foi a grande companheira por mais de 50 anos. Os dois tiveram quatro filhos, um já falecido.
"Ela sempre deu muita força a ele. Como meu pai não ficava muito presente no dia a dia da casa, ela cuidava da casa e dos filhos, com muita alegria. Às vezes, foi meio mãe e meio pai", diz filho Raul Cutait, professor de Cirurgia da Faculdade de Medicina da USP, membro da Academia Nacional de Medicina e cirurgião digestivo do Hospital Sírio-Libanês.
Em 1965, Daher Cutait foi mentor da criação Sírio-Libanês e o primeiro diretor clínico. Yvonne também doou parte do seu tempo ao hospital, principalmente nos assuntos voltados à filantropia.
Ela foi uma das primeiras voluntárias, segundo o Hospital Sírio Libanês. Semanalmente, na própria casa, comandava um grupo de mulheres que faziam bainhas nos lençóis e costuravam camisolas hospitalares para os pacientes internados e atendidos pela filantropia.
Em nota, a SBPC (Sociedade Brasileira de Coloproctologia) citou a importância da participação de Yvonne Cutait nos congressos, ao agregar as esposas dos médicos. Raul Cutait presidiu a SBCP, entidade que teve seu pai como um dos fundadores.
Mulher das artes, no piano e na pintura, Yvonne era amorosa, afetiva, gentil, humilde e resiliente. Foi o porto seguro da família, sempre com sensibilidade.
Yvonne Cutait morreu no dia 3 de fevereiro, aos 97 anos, de causas naturais. Deixou três filhos, três noras, dez netos e 11 bisnetos.
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