Turistas pegam carona em lancha para deixar São Sebastião (SP)

Estudante diz que donos de embarcações ajudaram pessoas que estavam aflitas na Barra do Sahy

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São Paulo

Turistas que ficaram ilhados em regiões de São Sebastião, no litoral norte paulista, em decorrência dos estragos causados pelas chuvas históricas que atingiram o município no último final de semana, contaram com caronas de lanchas e outros barcos para deixar a região.

Até a noite desta terça-feira (21), as estradas do litoral ainda tinham dois pontos de interdição total e 15 de bloqueios parciais, segundo o governo paulista.

Como a rodovia Mogi-Bertioga deve demorar dois meses para ser liberada parcialmente, existem apenas duas opções para os turistas deixarem o litoral norte paulista: o sistema Anchieta-Imigrantes e a Tamoios.

Com isso, turistas se viram como podem para conseguir sair de São Sebastião, cidade mais afetada pelo temporal.

Região da praia de Barra do Sahy, em São Sebastião (SP) - Bruno Santos/Folhapress

Esse é o caso da estudante de arquitetura Catarina Furtado, 20, da capital paulista, que estava em um condomínio fechado, na praia da Baleia, com mais 11 amigos, para passar o Carnaval.

O bairro fica ao lado da Barra do Sahy, um dos principais pontos atingidos.

"A gente não tinha como sair. Ficamos sabendo dos barcos e fomos para a praia da Barra do Sahy. Tem várias lanchas, barcos, oferecendo carona para os turistas. Eles estão em vários pontos da praia", conta ela.

A estudante afirma que, durante a manhã desta terça, era grande o movimento de barcos e de turistas na praia querendo ir embora.

"Tava cheio de gente querendo sair e quem tinha lancha tava oferecendo carona. Eu fui numa lancha com quatro amigos e três cachorros. Também havia dois casais que a gente não conhecia", diz Furtado.

"É solidariedade o que está acontecendo, porque poderiam cobrar, mas estavam oferecendo carona para as pessoas que estavam aflitas."

Depois de cerca de meia hora de travessia, a estudante conseguiu chegar a Juquehy, onde ela e os amigos iam se dividir entre o carro do pai dela, que saiu da capital buscá-la, e o de outros amigos que estavam de carro na região.

"Agora estou muito aliviada. Esses dias foram muito 'punk', com a casa inundada de água, ficamos presos no segundo andar, mas eu estava numa situação que tenho de agradecer. Não sofremos nada. Quando a gente vê a situação em que os outros estão, nem dá para reclamar."

Dois dos carros que a estudante e os amigos utilizaram para ir a São Sebastião precisaram ser deixados lá.

"Um ficou completamente submerso e não liga e outro até funciona, mas está com algum problema na parte elétrica", finaliza.

As chuvas recordes registradas no litoral norte causaram estragos que deixaram ao menos 46 pessoas mortas. Estima-se que há 40 desaparecidas, mas o número pode ser maior, já que há relatos de que vítimas estariam sob escombros de construções que cederam.

O abastecimento de água tem sido retomado gradativamente, assim como os serviços de telefonia e internet.

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