Desde 2013, os funcionários Metrô de São Paulo fizeram um total de oito greves. A paralisação desta semana, que durou pouco mais de 33 horas, foi uma das mais longas do período —na maior parte das vezes, elas duraram um dia ou menos.
A maior e mais traumática greve no Metrô dos últimos dez anos ocorreu em 2014, às vésperas da Copa do Mundo no Brasil. Cinco dias de mobilização dos metroviários terminaram com a demissão de 42 grevistas pelo governo estadual, e também após uma série de protestos marcados por confrontos e prisões.
Entre aquela greve e a paralisação que terminou nesta sexta (24), há um ponto em comum. Naquela ocasião, o sindicato também defendia que o governo autorizasse a liberação de catracas, para que os passageiros não fossem prejudicados. A gestão do então tucano Geraldo Alckmin não aceitou a sugestão.
Funcionários passaram a exigir a recontratação dos demitidos na greve de 2014 em todas as mobilizações nos anos seguintes. Segundo o Metrô, esses trabalhadores haviam se envolvido em ocorrências graves, como arrombamentos e agressões durante piquetes. A pressão jurídica e política do sindicato acabou dando resultado: a companhia aceitou reintegrar 37 funcionários após perder a disputa na Justiça em duas instâncias.
O ano com o maior número de greves foi 2017. Foram duas, em abril e março. As paralisações naquele ano faziam parte de uma mobilização nacional convocada por centrais sindicais contra as propostas de reforma nas leis trabalhistas e na Previdência.
Em 2020, houve uma greve de menos de duas horas, mas que gerou transtornos para os passageiros de qualquer. Os metroviários já haviam aprovado a greve para a 0h do dia 28 de julho daquele ano, mas receberam uma nova proposta do governo na noite do dia 27.
A assembleia da categoria só terminou durante a madrugada e decidiu por cancelar a greve. Na prática, a circulação de trens foi afetada pois funcionários deixaram de ir às estações entre as 23h e o início da manhã.
Nesse período, a cidade de São Paulo também teve paralisações dos funcionários de ônibus e dos ferroviários que operam os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que não foram contabilizadas no levantamento.
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