Policial penal é morto em mais uma noite de atentados no Rio Grande do Norte

Estado vive uma onda de violência com ataques contra agentes de segurança e prédios públicos

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São Paulo e Rio de Janeiro

Um policial penal foi morto na noite de sexta-feira (17) em mais um atentado em São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte. Nos últimos cinco dias, o estado tem registrado uma série de ataques contra agentes de segurança pública e prédios administrativos.

Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, o policial Carlos Eduardo Nazário, de 54 anos, estava de folga quando foi abordado por dois homens em uma moto. Ele foi atingido com três tiros no braço, na perna e no tórax, enquanto estava em um comércio do bairro.

O agente foi socorrido para o Hospital Santa Catarina, mas morreu na sala de cirurgia. Policiais militares fizeram operações na região do Jardim Lola, onde ocorreu o crime, mas não localizaram os autores do crime.

Incêndio na Secretaria Municipal de Saúde de São Gonçalo do Amarante (RN), nesta sexta (17), destruiu R$ 10 milhões em medicamentos, diz prefeito - José Aldenir/TheNews2/Folhapress

Na manhã de sexta, uma força-tarefa que envolveu as polícias Federal, Civil e Militar e outros órgãos de segurança cumpriu 54 mandados de busca e prisão contra integrantes de uma facção criminosa apontada como responsável pela onda de violência no Rio Grande do Norte. Cerca de 40 cidades do estado já registram uma série de ataques desde a madrugada de terça (14).

Batizada de Normandia, a operação mirou 22 pessoas e cumpriu 30 mandados de prisão preventiva e 24 de busca. Segundo as investigações, a organização movimenta cerca de R$ 150 mil por mês com tráfico de drogas e assaltos.

Em razão da falta de segurança, várias cidades mantêm serviços públicos suspensos, como transporte coletivo, aulas, atendimento de saúde e atividades esportivas.

Também nesta quinta foi instalado no estado o GGC (Gabinete de Gestão de Crise). O grupo foi criado pela governadora Fátima Bezerra (PT) durante reunião com representantes dos poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público Estadual e Federal, além de entidades da sociedade civil.

Violência

De acordo com o Ministério Público potiguar, os ataques têm relação com uma união de facções que reivindicam mudanças nas condições nos presídios do estado. Inspeção realizada no fim do ano passado por órgão federal apontou prática de tortura física e psicológica nas unidades, com castigos e fornecimento de comida estragada.

Na capital Natal, houve troca de tiros entre a Polícia Civil e assaltantes que tentavam realizar um arrastão no bairro Brasília Teimosa, na noite de sexta (17).

Pelas redes sociais, a governadora do estado, Fátima Bezerra (PT), afirmou que percorreu bairros de Natal durante a noite, acompanhando blitze da Polícia Militar e o trabalho da Força de Segurança Nacional, que foi enviada para dar suporte. O secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, que desembarcou sexta-feira (17) no estado, acompanhou a governadora.

Segundo balanço da Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social do Rio Grande do Norte, já houve a prisão de 104 suspeitos, além da apreensão de 29 armas de fogo, 87 artefatos explosivos, 23 galões de gasolina, 10 motocicletas, dois carros, além de dinheiro, drogas e munição.

Em razão da falta de segurança, várias cidades mantêm serviços públicos suspensos, como transporte coletivo, aulas, atendimento de saúde e atividades esportivas. Eventos que seriam realizados no fim de semana foram suspensos, incluindo jogos do Campeonato Potiguar de Futebol. O clássico entre ABC e América de Natal, os dois principais times do estado, por exemplo, foi adiado.

A prefeitura de Natal confirmou que o transporte público seguirá operando com frota de emergência neste sábado (18). Apenas 47 veículos serão liberados para circular, das 6h às 19h.

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