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Soterramento provoca morte de ao menos oito pessoas em Manaus

Um barranco desabou em cima de casas na zona leste da cidade; quatro das vítimas são crianças

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São Paulo

Ao menos oito pessoas morreram após o soterramento de casas provocado pela chuva no bairro Jorge Teixeira, na zona leste de Manaus, na noite deste domingo (12). Quatro vítimas são pessoas adultas e as outras quatro são crianças —e quatro seriam de origem venezuelana.

Uma pessoa chegou a ser retirada com vida, mas não resistiu aos ferimentos. Houve gritaria entre os moradores para pedir socorro médico no momento em que a vítima foi encontrada ainda viva.

Outras três pessoas foram resgatadas com vida. Vídeos mostram que pessoas da própria comunidade ajudaram nas buscas e no resgate de vítimas.

A imagem mostra pessoas sujas de lama
Bombeiros e voluntários atuam no resgate de vítimas de desmoronamento em Manaus - Facebook/Prefeitura de Manaus

Mais de 70 pessoas tiveram suas casas atingidas. Elas foram abrigadas em uma igreja e, segundo a Prefeitura de Manaus, seriam transferidas para uma escola ainda nesta segunda-feira (13).

O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), e o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), foram ao local para acompanhar os trabalhos de socorro.

"Nós já temos contratos para essas ações e para facilitar o repasse de recursos federais, eu vou decretar calamidade pública. Inclusive, estava com o secretário nacional de Defesa Civil conversando sobre isso, e nós estaremos amanhã com o presidente (da República) levando todo o levantamento dessas áreas e do que aconteceu no dia de ontem. Já levo o decreto em mãos para o governo federal. Com isso, agiliza a tramitação da liberação de recursos", disse Almeida, pela manhã.

A área onde houve o deslizamento de terra está localizada no bairro Jorge Teixeira e é classificada como de alto risco para moradias. Em entrevista à imprensa, o prefeito de Manaus disse que existem outras 62 semelhantes na cidade.

"Estamos desde a madrugada aqui. Temos 74 pessoas abrigadas em uma igreja e logo serão transferidas para uma escola na rua Topázio. Nós estamos pagando o auxílio aluguel para todos os moradores, vamos fazer a distribuição de cestas, colchões e auxiliar naquilo que for preciso. Nós vamos iniciar os trabalhos de cima para baixo, para que possamos resolver o problema", declarou o prefeito.

O Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas informou à Folha no início da tarde desta segunda que não há registro de mais familiares em busca de pessoas desaparecidas, mas acrescentou que os trabalhos continuariam até o fim do dia, com a retirada do barro e restos de moradias. "Somente após a finalização dessa etapa é que as buscas poderão ser consideradas encerradas", disse a corporação, em nota.

O desmoronamento atingiu casas que ficavam na parte de baixo de um barranco. De acordo com a prefeitura, o acumulado de chuva foi de 96 mm nas últimas horas na região em que houve o soterramento.

Ainda de acordo com o prefeito, a Defesa Civil recebeu 110 chamadas no domingo, mas nenhuma da área atingida. "Nós tivemos 110 chamadas ontem. Nesse local não houve nenhum chamado. Não tinha nenhum sinal [de problemas], segundo os próprios moradores. A chuva acabou as 14h e aconteceu [o deslizamento] após as 21h", disse.

A Secretaria Municipal de Infraestrutura divulgou nota dizendo que as chuvas intensas e concentradas tornam as encostas de Manaus suscetíveis a deslizamentos.

O aumento repentino no volume de água recebido pelo solo íngreme provoca o encharcamento do talude e a consequência são os deslizamentos de terra.

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