Descrição de chapéu drogas

Casos de intoxicação por K9 dobram em São Paulo em 2023

Dados envolvendo a droga já apontam 216 registros na rede de saúde da capital neste ano; em 2022, foram 98

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São Paulo

O número de casos suspeitos de intoxicação por canabinoides sintéticos, drogas chamadas de K9, K2, K4 e spice e também conhecida como maconha sintética, explodiu na cidade de São Paulo. Desde o início do ano foram registrados 216 casos, ante 98 durante todo o ano de 2022, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde.

A alta fez a pasta publicar, na edição do último dia 19 do Diário Oficial, uma nota técnica que orienta a assistência em casos de intoxicação. Também lista os sintomas do uso da droga, como náuseas, vômitos, hipertensão arterial, convulsões, arritmia cardíaca, acidentes vasculares, insuficiência renal, contrações involuntárias dos músculos, dores difusas e perda de consciência.

Há no texto um alerta também para o risco de overdose diante do abuso da substância. A orientação é encaminhar os pacientes para a rede de urgência e emergência, como prontos-socorros e UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), ou acionar o SAMU.

Maconha sintética apreendida pela Polícia Civil de São Paulo em outubro de 2022; droga é apresentada de diversas formas e com nomes variados, como K2, K4 e K9 - Divulgação

Por não haver uma classificação médica específica para os casos de intoxicação por esse tipo de droga, a Secretaria de Saúde trata os registros que reúnem os mesmos sintomas como suspeitos.

A droga sintética é feita em laboratório, em formato líquido e inodoro. Para os usuários ela é apresentada de outras formas, em misturas de flores, folhas e ervas (orégano, por exemplo) trituradas, onde é borrifado o líquido produzido em laboratório. Outra forma de apresentação é em papéis cartonados, que recebem a droga borrifada.

Por causa dessas particularidades, e também pela falta de informações a respeito da droga, a apreensão do entorpecente ainda é um desafio para a polícia.

Agentes de saúde relatam crises de convulsão em sequência entre os usuários de K9, que podem chegar a mais de 11 episódios seguidos, o que provoca uma série de danos neurológicos "que podem afetar precocemente funções importantes como atenção, memória, capacidade de executar ações básicas e de se localizar espacialmente", segundo trecho da nota técnica.

Em recente apreensão desse tipo de droga pela Polícia Civil de São Paulo, a investigação apontou que a facção PCC (Primeiro Comando da Capital) está ligada às vendas na região central da cidade. Por causa dos efeitos destrutivos da droga, que faz o usuário perder o controle do corpo, o comércio de K9 foi proibido pela facção na região da cracolândia desde fevereiro deste ano.

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