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Drauzio Varella, 80: médico lista os livros que mais gosta entre suas 18 obras

Também escritor consagrado, tem entre seus preferidos 'Estação Carandiru' (1999)

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São Paulo

O médico Drauzio Varella completa 80 anos na próxima quarta-feira (3). Também escritor consagrado, tem entre seus preferidos o best-seller "Estação Carandiru" (1999), a primeira de suas 18 obras.

Maratonista há mais de três décadas, se diz parte de uma geração que experimentou a longevidade e afirma que não pretende desacelerar o ritmo frenético de suas inúmeras atividades, como conta em entrevista à Folha.

O médico Drauzio Varella, em seu escritório na Bela Vista, região central de São Paulo - Bruno Santos/Folhapress

Veja a seguir alguns fatos de sua trajetória:

Drauzio por Drauzio - Os livros preferidos do escritor

"Estação Carandiru" (1999)
"É o meu livro mais forte por toda a repercussão que teve. E pelo fato de ter sido o meu primeiro livro. Ele foi publicado numa quarta-feira e, no fim de semana, era a primeira página do caderno de cultura de todos os jornais. Tenho uma ligação muito forte com o livro."

"Nas ruas do Brás" (2000)
"Gosto muito desse livrinho infantil, muito bem ilustrado pela Maria Eugênia. Depois que escrevi o Carandiru, pensei: "o que eu vou escrever agora? Vou ser desmascarado. Todo mundo elogiando o livro, achando o máximo. O próximo que eu vou escrever, vão falar: ‘o cara deu sorte com aquele livro’". Aí a Maria Emília [Bender], que era a minha editora na época, disse: por que você não faz um livro infantil? Eu nunca tinha pensado. Resolvi contar a minha história dos dez anos em que vivi no Brás, um bairro operário, lotado de fábricas. O livrinho ganhou um prêmio na Feira Internacional do Livro em Bolonha, na Itália."

"Nas Águas do rio Negro" (2017)
"Conto histórias da Amazônia. Fui mais de cem vezes para aquela região do rio Negro fazer trabalho de pesquisa. O livro foi muito bem ilustrado pelo Odilon Moraes. O interessante é que livro se passa na floresta amazônica e não tem um verde na ilustração. É um livro mágico, pegou essa magia das histórias contadas, tudo em tons pasteis."

"Prisioneiras" (2017)
"Relato histórias do tempo em que atendi na penitenciária feminina, de 2006 a 2019. Eu fui entender um pouco melhor do que era uma mulher, a complexidade da alma feminina, na cadeia. Em 2006, eu já tinha 63 anos, médico tratando de inúmeras mulheres com câncer de mama, mas só fui entender a condição feminina lá dentro da penitenciária.

"O Exercício da Incerteza" (2022)
"Não é um livro autobiográfico, é uma reflexão sobre a medicina. Eu gosto desse livro porque é uma reflexão de 50 anos da minha vida, contando a fase de estudante, na faculdade de medicina. Consegui fazer um apanhado geral. Legal quando a gente faz essa reflexão com a profissão."

1943 Em 3 de maio, nasce Drauzio Varella, filho do contador José Varella e da dona de casa Lidia Varella. Ficou órfão de mãe aos 4 anos de idade.
1962 Segundo colocado no vestibular, ingressa na Faculdade de Medicina da USP. No mesmo ano, passa a dar aulas no cursinho 9 de Julho.
1965 No terceiro ano da faculdade, junto com João Carlos di Genio, fundou o cursinho Objetivo, onde ensinou química durante muitos anos.
1967 Forma-se médico
1970 Trabalha com o professor Vicente Amato Neto, na área de moléstias infecciosas do Hospital do Servidor Público de São Paulo
1974 – Inicia no serviço de imunologia do Hospital do Câncer (SP) e ali permanece por 20 anos
1981 Conhece a atriz Regina Braga, quando procurou o Museu de Arte Moderna para fazer um curso de teatro e, desde então, estão juntos.
1985 Participa de um congresso sobre a Aids na Suécia. Na volta, publica um artigo sobre a nova doença no jornal O Estado de S. Paulo.
1986 Sob a orientação do jornalista Fernando Vieira de Melo, inicia campanhas sobre a prevenção à Aids, primeiro pela rádio Jovem Pan AM e depois pela 89 FM de São Paulo.
1989 a 2002 – Trabalhou como médico voluntário Casa de Detenção do Carandiru.
1999 – Lança o livro "Estação Carandiru", pela editora Companhia das Letras, em que conta suas histórias como médico dos detentos.
2000 – Recebe o Prêmio Jabuti, na categoria não ficção. No mesmo ano, inicia coluna semanal na Folha e as participações em séries no programa Fantástico (TV Globo)
2003 – "Estação Carandiru" ganha as telas do cinema em um filme do diretor Hector Babenco.
2004 – Em uma das viagens à região amazônica, contrai febre amarela, o que quase o levou à morte.
2007 – Lança o livro "O Médico Doente" em que relata a experiência

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