Mulher é morta a facadas em SP após registrar queixa de violência contra ex-namorado

Vítima havia também sido agredida em março e pedido medida protetiva; suspeito estava foragido

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São Paulo

Uma mulher de 34 anos foi morta a facadas manhã desta quarta-feira (5), em frente ao memorial da América Latina, na Barra Funda, zona oeste da capital paulista. O principal suspeito do crime é o ex-namorado da vítima, Sidney Ferreira da Silva, 38, que, segundo a polícia, estava foragido.

Renata Tereza de Sousa Manoel já havia registrado dois boletins de ocorrência de violência doméstica contra o suspeito. O último deles na última terça (4), horas antes de ser atacada pelo homem, com quem teve relacionamento que durou cerca de dois anos.

Conforme os registros oficiais, Renata foi socorrida ainda com vida e levada à Santa Casa e, antes de perder a consciência, apontou o nome do agressor. Segundo a polícia, ela recebeu vários facadas das costas, abdômen e braço direito.

Carregava no bolso o boletim de ocorrência contra o ex-namorado, entregue posteriormente pelos médicos aos policiais militares, ensanguentado.

Memorial da América Latina, um dos cartões postais de SP, local onde mulher foi assassinada a facadas - Danilo Verpa/Folhapress

No documento, Renata havia informado aos policiais que, naquele dia, foi ao encontro de um colega de trabalho e, ao chegar ao local, descobriu que era o ex-namorado, que havia se passado pelo colega.

Ao perceber que era um farsa, chamou a Polícia Militar, que, ao chegar ao local, já não encontrou o ex-namorado, que havia fugido, sem antes fazer mais ameaças.

Segundo o boletim, a mulher já tinha solicitado uma medida protetiva contra Ferreira da Silva, mas, conforme documento, o homem não havia sido intimado. "Já tenho medida protetiva, porém, ele fica rondando minha moradia em busca de notícias minhas", relatou ela.

No dia 8 março deste ano, Dia Internacional da Mulher, Renata também fez uma queixa contra o ex, não só pelas ameaças, mas também por injúrias e agressão física.

Disse naquele dia que foi surpreendida pelo agressor em frente da escola da filha, quando deixava a criança para estudar. Não conseguindo convencê-la a reatar o namoro, passou a xingá-la e agredi-la. O homem teria segurado os cabelos da vítima e dado vários socos.

No registro feito pela polícia em março, foi oferecido um abrigo provisório para ficar, mas, ela não quis deixar a própria casa.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública, foi instaurado inquérito policial em março, na primeira queixa, e solicitada medida protetiva de urgência ao Poder Judiciário, que foi concedida no dia seguinte.

A pasta informou, ainda, que além das 140 delegacias da mulher distribuídas pelo estado, as vítimas podem contar com a DDM online e com as 77 salas 24h anexas aos plantões policiais.

"Para as mulheres que possuem medida protetiva, há o aplicativo SOS Mulher. Lá se pode cadastrar o documento e chamar a Polícia Militar acionando um botão", informa.

Um mandado de prisão temporária foi autorizado pela Justiça contra o suspeito.

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