Polícia apura se suposta vítima de fake news no Guarujá foi espancada após briga de família

Osil Vicente Guedes, 49, morreu após passar seis dias na UTI; irmão teria dito à polícia que encontrou mensagem da vítima falando em briga de casal

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Santos

A Policia Civil investiga se a morte de Osil Vicente Guedes, 49, em Vicente de Carvalho, distrito de Guarujá, no litoral paulista, teria sido motivada por uma briga ocorrida dias antes com a ex-esposa.

A hipótese surgiu após o depoimento de um dos irmãos de Guedes no 2º Distrito Policial de Guarujá. Ele diz que teve acesso ao celular do irmão e, em uma mensagem de áudio, a vítima teria relatado ter "tomado uma surra a mando" da ex-mulher. Procurada por telefone, ela não respondeu aos contatos da reportagem.

Foto de perfil do comerciante Osil Vicente Guedes em uma rede social.
Comerciante Osil Vicente Guedes, de 49 anos, morto após ser falsamente acusado de roubo de moto - @Osil Gudes no Facebook

O caso ocorreu na última terça-feira (2). Na ocasião, testemunhas relataram à polícia que o homem foi brutalmente agredido após ter sido apontado como ladrão de moto. O proprietário do veículo que a vítima usava no momento em que foi atacada, porém, disse em depoimento que conhecia Guedes e que tinha emprestado a moto para ele.

Osil Guedes morreu após ficar seis dias internado em estado grave na UTI do Hospital Santo Amaro.

"[O irmão] Informa que teve acesso ao aparelho de celular do irmão e que em mensagem de áudio este falou que teve uma briga com a sua mulher, que é psicóloga", registra o boletim de ocorrência.

"O irmão informa também que tem áudio do falecido de data anterior em que ele descreve que tinha tomado uma surra a mando [da mulher], o que motivou a última briga do casal", conclui em outro trecho.

Segundo pessoas relacionadas à investigação, Guedes e a ex-mulher teriam discutido três dias antes do ocorrido. A polícia já identificou ao menos um dos suspeitos das agressões.

A SSP (Segurança da Segurança Pública) não confirma essas informações. Em nota, a pasta diz que o caso, inicialmente registrado como lesão corporal, agora é investigado como homicídio após a confirmação da morte encefálica da vítima, no domingo (7).

A pasta declara que realiza oitivas com testemunhas e que mais detalhes serão preservados para garantir autonomia ao trabalho policial.

A polícia ainda tenta identificar a pessoa responsável por gritar "pega ladrão" em direção à vítima, o que segundo a hipótese inicial, teria desencadeado o espancamento.

Parte das agressões foi registrada em vídeo por um motorista. As imagens, que circularam nas redes sociais, mostram Guedes no chão, ao lado da motocicleta, sendo atacado por moradores do bairro com tapas e golpes de capacete.

As imagens ainda mostram a vítima ser arrastada e golpeada violentamente com um pedaço de madeira na cabeça, antes de cair desacordada no asfalto. Enquanto grava, o autor do vídeo diz "não tá bom pra ladrão de moto, não. Ladrão de moto tá se lascando".

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