Descrição de chapéu violência

Agente da Polícia Federal é morto em operação contra tráfico em Salvador

Quatro suspeitos também morreram na ação; governo de Jerônimo Rodrigues (PT) vive crise na segurança

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Salvador

Um agente da Polícia Federal foi morto e outros dois policiais ficaram feridos em meio a operação contra uma organização criminosa envolvida com tráfico de drogas e armas, homicídios e roubos no bairro de Valéria, periferia de Salvador.

A operação foi deflagrada no início da manhã desta sexta-feira (15) pela FICCO (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado), que reúne Polícia Federal, Polícia Militar e Polícia Civil.

Foto mostra dois policiais federal de costas, uma viatura e parte de um helicóptero em uma rua
Agentes da Polícia Federal participam de ação contra o tráfico de drogas em Salvador - Alberto Maraux / SSP-BA

Cerca de 100 policiais de unidades ordinárias e especializadas das forças federal e estadual participam da ação batizada como Operação Fauda, que significa caos em árabe. Eles cumprem ordens judiciais contra foragidos e buscam por armas, munições e drogas.

De acordo com Secretaria de Segurança Pública da Bahia, houve confronto entre policiais e traficantes.

Na ação, três policiais ficaram feridos e foram socorridos para o Hospital Geral do Estado. Lucas Caribé Monteiro de Almeida, agente da Polícia Federal, não resistiu aos ferimentos e morreu.

O investigador da Polícia Civil Vockton Carvalho Freire foi atingido no rosto por estilhaços de um disparo e será submetido a uma cirurgia em um dos olhos. O outro ferido é da Polícia Federal e não forma divulgadas informações sobre seu estado de saúde.

Quatro suspeitos morreram durante o confronto. Com eles, informou a secretaria, foram encontrados dois fuzis, duas pistolas, carregadores e munições.

Em entrevista à imprensa na cidade de Feira de Santana, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) lamentou a morte do policial.

"Quero me solidarizar com a Polícia Federal que perdeu um homem nessa iniciativa da operação em Valéria", disse o governador, que classificou a operação como uma iniciativa da polícia para desmontar essa atuação do crime organizado no estado da Bahia, em parceria com o governo federal.

O ministro da Justiça, Flavio Dino, também manifestou solidariedade aos policiais federais e estaduais atingidos por tiros. Ele informou que o Diretor Geral da PF em exercício, delegado Gustavo Souza, segue para a Bahia "para acompanhar os fatos e estabelecer as orientações cabíveis."

O secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, lamentou a morte do colega e se solidarizou com a família e amigos: "Faremos tudo o que estiver ao alcance para levar os responsáveis à Justiça."

Em nota, a Polícia Federal manifestou pesar pelo falecimento do agente Lucas Caribé Monteiro de Almeida, que integrava a corporação desde 2013, e decretou luto oficial de três dias.

"A Polícia Federal expressa suas condolências e solidariedade aos familiares e amigos enlutados.
Informamos, ainda, que a Polícia Federal está empenhada e acompanhando de perto a investigação das circunstâncias que envolveram o falecimento", informou.

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil assumiu a investigação do caso.

Helicópteros do Grupamento Aéreo da Polícia Militar realizam varreduras na região de Valéria e do Subúrbio Ferroviário à procura de traficantes que atiraram contra policiais.

Carregadores e munições abandonados em uma região de mata fechada foram localizados. Do alto, os militares avaliam possíveis rotas de fuga e repassam informações para as equipes terrestres.

A Estrada do Derba, uma das principais vias de acesso ao Subúrbio Ferroviário de Salvador, chegou a ser bloqueada na manhã desta sexta-feira, mas o tráfego já foi liberado.

A Secretaria Municipal da Educação informou que, em decorrência da sensação de insegurança na região, as aulas foram suspensas em 12 escolas, deixando 4.610 alunos sem aula.

A Secretaria de Segurança Pública destacou que informações sobre os criminosos podem ser repassadas em sigilo para Disque Denúncia no telefone 181.

A Bahia enfrenta um de seus momentos mais graves na gestão da segurança, com o acirramento da guerra entre facções, chacinas e escalada da letalidade policial, com epicentro nas periferias das cidades, cujas famílias vivenciam a morte diária de uma legião de jovens negros e pobres.

Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam a Bahia como o estado com maior número absoluto de mortes violentas do Brasil desde 2019. Em 2022, o estado conseguiu reduzir em 5,9% o número de ocorrências, fechando o ano com 6.659 assassinatos.

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