Descrição de chapéu transporte público greve

Após pane na linha 9, passageiros esperam mais de 1 hora por ônibus de operação emergencial

No início desta noite, ramal voltou a funcionar no sentido Osasco (SP); no sentido Vila Natal, ainda é preciso recorrer ao coletivo

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São Paulo

Trabalhadores que tentavam retornar para casa na tarde desta terça-feira (3) esperavam mais de uma hora para chegar ao início da fila para embarcar em um ônibus da operação Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência).

O sistema foi posto em funcionamento após uma pane afetar a circulação em trechos da linha 9, da ViaMobilidade, que é concedida, por volta das 14h desta terça. No início desta noite, o ramal voltou a operar no sentido Osasco (SP). No contrário, o do sentido Vila Natal, continuava sem funcionar.

A empresa disse, em nota, que técnicos tentavam para apurar as causas da falha no sistema elétrico, registrada às 13h58, e para normalizar integralmente a operação.

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Passageiros em longa fila de ônibus no terminal Jabaquara, na zona sul de São Paulo, em dia de greve no metrô e na CPTM - Rubens Cavallari/Folhapress

A linha deixou de operar por volta das 14h —vídeos publicados em redes sociais mostraram fumaça saindo do trecho. O ramal era uma opção para os passageiros que não puderam usar os trens de linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e do metrô afetadas pela greve desta terça.

Com a entrada da estação Pinheiros da linha 9 fechada, passageiros que chegavam da linha-4 amarela do metrô —que também é concedida e, por isso funcionou, nesta terça— eram orientados a utilizar os ônibus do Paese.

Após a espera pelos ônibus, no entanto, era difícil saber para onde eles estavam indo. Não havia sinalização nos coletivos e era preciso perguntar o itinerário para os motoristas.

Ainda na metade da fila, a analista financeiro Beatriz Martins, 23, voltava do trabalho, na República (região central) para a casa, em Osasco, na região metropolitana, no fim da tarde desta terça. "Espero chegar hoje em casa… até meia-noite ainda é hoje", reclama.

Também morador de Osasco, o pintor predial José Anderson dos Santos, 36, era o primeiro da fila quilométrica, mas os ônibus que chegavam iam apenas no sentido oposto, para a estação Morumbi, a partir da qual era possível pegar o trem sentido Vila Natal.

"É uma vergonha, estou há uma hora aqui e não sei nem que ônibus pegar", reclama. "E os funcionários [da ViaQuatro, que opera a linha 4, e ViaMobilidade] ainda são ignorantes com a gente."

A pane na linha 9-esmeralda interrompeu a circulação de trens entre as estações Morumbi e Villa-Lobos. O trecho liga as zonas oeste e sul da capital paulista. A paralisação havia chegado até Osasco.

Às 18h05, funcionários da concessionária avisavam na fila que o trem sentido Osasco havia voltado a funcionar. Houve uma correria em direção à estação.

Após o retorno da operação, a fila para embarcar nos ônibus começou a andar rápido. Ainda assim, estendia-se por uma distância de 800 metros, partindo da marginal Pinheiros, serpenteando por dentro do terminal Pinheiros, subindo a rua Capri até perto da Pais Leme, já distante da estação, de onde os coletivos saíam.

A plataforma da linha 9 ficou completamente lotada após a liberação do sentido Osasco.

Quem ia no sentido Vila Natal era obrigado a sair da estação. Alguns passageiros davam murros e tapas no revestimento de alumínio dos bloqueios, na saída. Muitos gritavam a favor da liberação das catracas. Sindicatos que organizaram a greve afirmaram que a paralisação nas linhas controladas pelo governo seria evitada se a passagem fosse gratuita nesta terça. A gestão Tarcísio de Freitas não aceitou e teve respaldo de decisão judicial.

Paralisação

Funcionários do metrô, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) da Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo) deflagraram uma greve de 24 horas nesta terça-feira (3), na cidade de São Paulo, contra os projetos de privatizações do governo estadual.

A Prefeitura de São Paulo afirmou em nota que reforçou o número de ônibus urbanos nas ruas com 200 veículos a mais que o normal.

De acordo com a SPTrans, estatal que administra o transporte municipal, 12.134 ônibus foram para as ruas na capital paulista nesta terça-feira.

Às 16h, a prefeitura diz ter iniciado um esquema especial de ônibus, sentido bairros, para tentar amenizar os reflexos da paralisação nos trilhos.

Na tarde desta terça, Metrô e CPTM foram à Justiça contra a greve. O sindicato não cumpriu determinação judicial que previa 100% do contingente trabalhando no horário de pico e 80% nos demais horários. Com isso, a CPTM acionou o TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho) nesta manhã e pediu que os sindicatos fossem multados em R$ 1 milhão.

Em decisão no começo da tarde desta terça, a juíza Raquel Gabbai de Oliveira entendeu que os sindicatos descumpriram a decisão e elevou a pena, multando cada um deles em R$ 500 mil.

A decisão anterior previa multa de R$ 500 mil a ser repartida entre o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo, Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil e Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana.

As três entidades representam funcionários da CPTM. Ainda não há decisão sobre aumento da multa para os metroviários.

O sindicato afirma que está recorrendo da decisão judicial, "pois ela não corresponde ao direito constitucional de greve. Reafirmamos que em alternativa a greve nos dispusemos a trabalhar com as catracas livres."

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