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Conheça as melhores e as piores estradas do Brasil; mais da metade tem problemas

Pesquisa CNT mostra que 67% das rodovias do país apresentam alguma falha; há mais de 2.000 pontos críticos

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São Paulo

A cada dez quilômetros das estradas brasileiras, quase sete são considerados problemáticos e têm avaliação regular, ruim ou péssima. Os dados são da última pesquisa da CNT (Confederação Nacional do Transporte) sobre as rodovias do país, divulgada nesta quarta-feira (29).

O estudo analisou um total de 111.502 quilômetros de vias. Para classificá-las, a pesquisa levou em conta critérios como a qualidade da pavimentação, a sinalização e o traçado das vias —ou seja, características como a geometria das curvas e a inclinação do pavimento).

Vista aérea de pista com carros e caminhões
Rodovia Raposo Tavares, cujo trecho entre Presidente Epitácio e Ourinhos foi considerado o segundo melhor do país em levantamento da CNT - Ronny Santos - 24.jul.2022/Folhapress

A pesquisa identificou um total de 2.648 pontos críticos no país, ou seja, locais com condições atípicas que interferem na fluidez do tráfego, podem trazer riscos à segurança dos usuários e custos adicionais à administração da via.

A região Norte apresentou os piores índices da pesquisa, com quase 16% da extensão das suas rodovias em péssimas condições, e 25% em condições ruins. O Acre é o estado com a situação mais preocupante: quase metade (48%) das suas estradas estão péssimas e menos de 1% tem condição boa, segundo a CNT.

As piores rodovias do país

Ranking Rodovia UF Trecho Gestão Classificação
520º AM-010 (Torquato Tapajós) AM Manaus a Itacoatiara Pública Péssimo
519º PB-400 PB Cajazeiras a Conceição Pública Péssimo
518º BR-364 (Marechal Rondon) AC Cruzeiro do Sul a Acrelândia Pública Péssimo
517º PE-096 (Dom Henrique Soares da Costa) PE Palmares a Barreiros Pública Péssimo
516º MA-106 MA Governador Nunes Freire a Alcântara Pública Péssimo
515º PE-126 PE Palmares a Quipapá Pública Péssimo
514º AC-010 (Estrada de Porto Acre) AC Porto Acre a Rio Branco Pública Péssimo
513º AP-010 (rodovia JK) AP Macapá a Mazagão Pública Péssimo
512º PA-263 PA Goianésia do Pará a Tucuruí Pública Péssimo
511º BR-174 (Manaus-Boa Vista) AM Presidente Figueiredo a Borba Pública Péssimo

O estudo da confederação avalia que os investimentos necessários para recuperar as rodovias brasileiras, com ações emergenciais de reconstrução, restauração e manutenção, somam mais de R$ 94 bilhões. Uma pequena fração desse valor foi aplicado: segundo o estudo, o governo gastou R$ 6,7 bilhões com obras de infraestrutura rodoviária no ano passado.

Esse investimento aumentou neste ano, segundo a pesquisa. "Do total de recursos autorizados pelo governo federal para a infraestrutura rodoviária, especificamente no Brasil, em 2023 (R$ 15,01 bilhões), foram investidos R$ 9,05 bilhões até setembro (60,3%)", diz um relatório da pesquisa.

O prejuízo gerado por acidentes foi de R$ 13,4 bilhões em 2022. Além disso, a pesquisa CNT estima que haverá, neste ano, um consumo desnecessário de R$ 1,1 bilhão de litros de diesel devido à má qualidade da malha rodoviária. "Esse desperdício custará R$ 7,49 bilhões aos transportadores", alerta o documento.

As melhores rodovias do país

Ranking Rodovia UF Trecho Gestão Classificação
RJ-124 (Via Lagos) RJ Rio Bonito a São Pedro da Aldeia Concedida Ótimo
SP-270 (Raposo Tavares) SP Presidente Epitácio a Ourinhos Concedida Ótimo
SP-225 (Paulo Nilo Romano/Comandante João Ribeiro de Barros) SP Itirapina a Santa Cruz do Rio Pardo Concedida Ótimo
BR-153 (Transbrasiliana) TO Aliança do Tocantins a Talismã Concedida Ótimo
SP-463 (Jorge Maluly Netto/Elyeser Montenegro Magalhães) SP Ouroeste a Clementina Pública Ótimo
SP-320 (Euclides da Cunha) SP Rubinéia a Mirassol Pública Ótimo
BR-080 GO Vila Propício a Padre Bernardo Pública Ótimo
SP-191 (Wilson Finardi/Irineu Penteado/Carlos Mauro) SP Mogi Mirim a São Pedro Concedida Bom
BR-364 (Marechal Rondon GO Jataí a São Simão Concedida Bom
10º BR-493 (Arco Metropolitano) RJ Itaboraí a Itaguaí Concedida Bom

A região Centro-Oeste apresentou a menor proporção de estradas ruins ou péssimas, com 16%. Ao mesmo tempo a maior parte das suas rodovias (48%) foram avaliadas como regulares, e 36% da malha viária está em condições boas ou ótimas. A região teve 18,8 mil quilômetros de estradas avaliadas pela CNT.

Na região Sul, cerca de 32% das rodovias têm condições ótimas ou boas, e 24% estão ruins ou péssimas. A malha rodoviária pesquisada nos estados do Sul é praticamente a mesma do que no Centro-Oeste.

O Sudeste, que tem a maior extensão de rodovias do país (30,7 mil quilômetros foram avaliados), teve a maior proporção de rodovias avaliadas como boas ou ótimas. Elas somam 43% da malha viária da região, com destaque para o estado de São Paulo, o único com mais da metade das estradas (74%) bem avaliadas. Já as estradas ruins ou péssimas representam 26% do total no Sudeste.

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