Assassinato na Europa e identidade falsa: o que se sabe sobre o falso esloveno morto em Santos

Sérvio apontado como assassino vivia no Brasil desde 2014 e recebia dinheiro do exterior

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São Paulo

O assassinato do sérvio Darko Geisler, 43, no dia 5 de janeiro, até então conhecido por ser um homem discreto e tranquilo, causou espanto no bairro Embaré, em Santos, no litoral paulista, onde ele vivia. Ele foi morto na companhia da esposa, que não teve a identidade revelada, e do filho, quando chegava ao prédio onde vivia.

Ele se apresentava com o nome Dejon Kovac, dizia que era esloveno e marceneiro. Porém, dias após o crime, não apenas o nome verdadeiro foi revelado, como também a suspeita de que ele seria um matador na Europa.

Darko Geisler era sérvio e vivia clandestinamente no Brasil há pelo menos nove anos, segundo a polícia - Reprodução/TV Globo

Veja o que se sabe sobre sobre ele

Identidade falsa

O homem, que vivia com com a esposa e um filho em Santos, dizia que era da Eslovênia e chamava-se Dejon Kovac. Mas, após seu assassinato, a Polícia Civil descobriu que o passaporte que ele usava pertencia a outro cidadão e que a nacionalidade não era verdadeira.

Matador de aluguel

Após a descoberta que sua nacionalidade e nome eram falsos, a Polícia Civil começou a investigar suspeita de que o sérvio seria matador de aluguel. A tese foi reforçada com a descoberta de um assassinato em Montenegro, país ao lado da Sérvia, com armas e bombas.

O suspeito por aquele crime, segundo a Polícia Civil de Santos, tinha as características físicas de Darko Geisler —o que foi confirmado com impressões digitais fornecidas pela polícia de Montenegro.

"Foi aí que se associou que Dejon era Darko, inclusive procurado há uma década pela Interpol [Organização Internacional de Polícia Criminal]", disse o delegado titular do 3º Distrito Policial, Luiz Ricardo Lara Dias Júnior, em entrevista.

A hipótese é de que esse homicídio em Montenegro tenha ligação com outros cometidos na mesma região do Leste Europeu. Ele era procurado internacionalmente por assassinatos mediante pagamentos.

Vinda ao Brasil

Em 2014, após o crime em Montenegro, Geisler foi para a Bósnia e, de lá, veio direto para o Brasil, já com identidade falsa.

Geisler não trabalhava

As investigações apontam que, mesmo se apresentando como marceneiro, Gleiser não tinha qualquer atividade remunerada no Brasil e sua renda vinha a partir de familiares no exterior.

Rotina familiar

Segundo vizinhos, sob anonimato, o homem falava pouco e era sempre visto com a esposa, levando o filho na creche municipal, e frequentava um padaria do bairro, onde comprava cigarros.

Filho com brasileira não foi registrado

A Polícia Civil de Santos também explicou que o homem não registrou o filho que teve com a esposa brasileira. Ele vivia de forma clandestina no país desde 2014.

Croata detido no dia do assassinato

Em meio às investigações do assassinato, um brasileiro que se passava por cidadão croata chegou a ser detido com drogas e balança de precisão em hotel do Jardim Castelo, em Santos, no dia 5 de janeiro, mesmo dia do crime. Até o momento, porém, não foi constatada nenhuma ligação entre os casos.

Esposa diz que desconhece passado do sérvio

A brasileira, esposa do sérvio e com quem ele teve um filho, disse em depoimento desconhecer os supostos crimes dele.

As investigações seguem em andamento no Brasil e no exterior para detalhar as ligações do sérvio com outras ações violentas e homicídios na Europa.

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