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Polícia do RJ apura se há mais envolvidos no caso de homem levado morto ao banco

Delegado quer saber se Erika de Souza Vieira Nunes recebeu ajuda de alguém para levar parente ao banco; mulher foi presa em flagrante suspeita de vilipêndio de cadáver e furto

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Rio de Janeiro

A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga se Érika de Souza Vieira Nunes, 43, agiu sozinha ao levar Paulo Roberto Braga ao banco ou se outras pessoas a auxiliaram.

Braga, 68, foi levado por Érika na terça-feira (16) para sacar R$ 17.000 em uma agência bancária em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro. Funcionários suspeitaram que o homem estava morto. A mulher a todo momento sustentava com as mãos a cabeça do homem, a quem chamava de tio. A polícia afirmou depois que Érika é uma "prima distante" de Braga.

Erika tenta interagir com Paulo Roberto Braga, que não responde; mulher tentava sacar empréstimo de R$ 17.000 em agência bancária do Rio, em nome do idoso
Érika tenta interagir com Paulo Roberto Braga, que não responde; mulher tentava sacar empréstimo de R$ 17 mil em agência bancária do Rio, em nome do idoso - Reprodução/TV Globo

O delegado Fábio Luiz Souza, titular da 34ª DP (Bangu), delegacia que investiga o caso, já colheu os depoimentos pelo menos cinco pessoas. Além de Érika, foram ouvidos a gerente da agência bancária, o médico atendente do Samu responsável pela tentativa de socorro, o policial militar e o motorista que levou Érika e Braga ao banco.

A delegacia recolheu imagens de outras câmeras de segurança do shopping, onde fica a agência bancária, para saber se a mulher contou com o auxílio de mais pessoas.

Érika foi presa em flagrante suspeita de vilipêndio de cadáver e furto. A advogada que representa a a mulher afirmou que o homem estava vivo quando chegou ao local.

A autópsia ainda não teve resultado conclusivo, mas peritos informaram ao delegado que a presença de livor cadavérico na região da nuca indica que Braga morreu deitado.

O livor cadavérico é o acúmulo de sangue em determinadas regiões do corpo e ocorre depois que o coração para de bater.

A gravidade transfere o sangue para as extremidades do corpo. Os peritos avaliam que como o livor cadavérico foi identificado na nuca, Braga estava deitado no momento do óbito. Se ele estivesse sentado, como sustenta a defesa de Erika, as manchas poderiam surgir em outras partes do corpo, como pernas e braços.

No vídeo feito por uma gerente do banco, Erika aparece segurando a cabeça de Braga, que precisava desse amparo para ficar sustentada. Uma atendente chega a dizer: "Acho que ele não está bem não, olha a corzinha".

Erika insiste e pede que o homem assine os papéis. "Tio, tá ouvindo? O senhor precisa assinar. Se o senhor não assinar, não tem como. Eu não posso assinar pelo senhor, o que eu posso fazer eu faço. Assina aqui, igual ao documento. Assina para não me dar mais dor de cabeça", diz Erika no vídeo.

Segundo boletim de ocorrência, um policial militar do 14ºBPM (Bangu) foi acionado às 15h20, para "verificar uma denúncia de óbito com suspeita de crime" na agência do banco Itaú.

Ao chegar no local, o médico Leandro Henrique Magro disse ter analisado imagens feitas pelos funcionários do banco, que mostravam Braga já desacordado em uma cadeira de rodas.

De acordo com o médico, a vítima "já estaria em óbito naquele momento e apresentando sinais de intoxicação exógena, e, por isso, não poderia realizar a declaração de morte". O corpo foi, então, levado para o IML (Instituto Médico Legal), que atestará a causa.

A intoxicação exógena, de acordo com a CID (Classificação Internacional de Doença), é consequência de contato por exposição a outras drogas, medicamentos ou substâncias biológicas.

A agência onde aconteceu o caso é do Itaú Unibanco. Em nota, o banco disse "que acionou o Samu assim que identificou a situação e colabora ativamente com as autoridades para o esclarecimento do caso".

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