Descrição de chapéu Obituário Maria Izabel Vilhena Vieira (1933 - 2024)

Mortes: Tinha entusiasmo com o próximo e manteve a alegria acima de tudo

Maria Izabel Vilhena Vieira morreu aos 91 anos em São Paulo

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São Paulo

Maria Izabel Vilhena Vieira perdeu o filho mais velho quando ele tinha 25 anos, mas transformou sua dor em força. Voltou a estudar e criou um jogo para ensinar direitos humanos para crianças.

Nasceu em Paraibuna, interior de São Paulo, em 13 de maio de 1933, onde passou a primeira infância. Era a mais nova de sete irmãos. Mudou-se para Taubaté para estudar e lá, aos 15 anos, conheceu José Oswaldo Pereira Vieira, que se tornaria seu marido.

Era inovadora. Aprendeu a dirigir um jipe aos 15 anos e ia a cavalo até a escola rural onde dava aulas.

Maria Izabel Vilhena Vieira (1933 - 2024)
Maria Izabel Vilhena Vieira (1933 - 2024) - Arquivo pessoal

Izabel, como era chamada, partiu para a capital do estado para estudar pedagogia no Sedes Sapientiae, na PUC-SP. O companheiro foi junto estudar direito, na mesma universidade.

Depois de formados, voltaram para o Vale do Paraíba, onde ela foi professora da Faculdade de Pedagogia e da Faculdade de Serviço Social, na então Faculdade de São José dos Campos, atualmente Universidade do Vale do Paraíba.

O casal teve quatro filhos: Celso, Carlos, Roberto e Oscar. Izabel gostava de ver os filhos livres, brincando.

"Ela tinha essa coisa de cobrar as nossas responsabilidades, mas também tinha uma profunda satisfação em nos ver ludicamente, brincando, jogando. Isso é muito uma marca dela, do que ela pensou pedagogicamente a vida toda, da importância do prazer de viver", diz o filho Oscar Vilhena Vieira, que é colunista da Folha.

A mãe, ele conta, teve um grande baque quando Celso, o mais velho, morreu de forma trágica.

"Isso a machucou muito. Mas ela tinha uma grande capacidade de superar, foi reconstruir a vida depois disso. Construiu uma casa nova, voltou ao Sedes para uma pós-graduação aos 70 anos e fez uma tese sobre direitos humanos para crianças, com pequenos jogos, para que um respeite o outro. Foi buscar o conforto não em algo vingativo, mas em algo muito generoso."

Izabel gostava de novidades, de experimentar, e adorava viajar.

"Ela comia em um restaurante e no dia seguinte fazia o prato em casa. Ia para a Argentina, comia provoleta, que não tinha no Brasil, e repetia o prato em casa. Comia algo na França e logo recriava para nós. Era uma pessoa alegre, disposta, muito animada", lembra.

Uma de suas marcas, de acordo com o filho, era o entusiasmo com o próximo.

"Tinha disposição absoluta para os outros, amava receber as pessoas, fazer coisas que ajudassem as pessoas. Nunca deixou de se entusiasmar pela vida, pelo sucesso do outro. Ela se encantava com as conquistas e alegrias dos outros", conta.

Izabel morreu aos 91 anos, em São Paulo, em razão de uma insuficiência respiratória. Deixou três filhos, cinco netas, um neto e um bisneto, além do marido, com quem conviveu por 76 anos, e Maura, a irmã mais velha, prestes a completar 100 anos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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