Descrição de chapéu Santos

Idoso que levou voadora em SP teve membrana do coração rompida com chute, diz delegada

Vítima bateu a cabeça na queda e também teve trauma no crânio; OUTRO LADO: agressor disse à polícia que chute atingiu quadril

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São Paulo

O aposentado Cesar Finé Torresi, 77, que teria levado uma voadora de Tiago Gomes de Souza, 39, em Santos (SP), no sábado (8), morreu por TCE (trauma cranioencefálico) e edema no pericárdio, de acordo com a delegada Liliane Lopes Doretto, do 3º DP de Santos, que investiga o crime.

"O laudo preliminar e a conversa que eu estou tendo com o médico legista já me deixa nítido. Se foi uma voadora eu não sei, mas foi um chute muito forte, capaz de romper o pericárdio, membrana que envolve o coração", afirmou a delegada.

Procurada, a defesa de Tiago Souza disse que não teve acesso ao laudo necroscópico.

Doretto disse que o golpe aplicado por Souza no peito do aposentado fez com que a vítima caísse de costas e batesse a cabeça, causando o trauma. Essa foi a primeira causa da morte.

Tiago Souza simula golpe em idoso durante reconstituição - Reprodução/Polícia Civil

"Quando deu o chute no peito, lançou ele contra o chão. E foi essa pancada que fez com que ele tivesse TCE, que concorreu para a segunda causa, que foi o edema no coração. Se não ficasse em estado vegetativo [por causa do TCE] ele ia morrer de qualquer forma do coração, porque o edema do coração era passível de, segundo o médico, falando em português claro, estourar o coração no peito", acrescentou a delegada.

Ainda de acordo com Doretto, o preso nega que tenha dado uma voadora no peito da vítima. "Ele não admite que foi uma voadora. Ele fala que deu um chute na altura do quadril", disse.

Cesar Finé Torresi é um homem branco com o cabelo grisalho
Cesar Finé Torresi, 77, morreu após agressão em Santos - Leitor

O agressor disse para a delegada que teve "ódio".

"Ele fala que teve um ódio que subiu nas pernas, enfim, foi subindo, que ele ficou com tanta instabilidade que ele abriu a porta do carro, correu na frente dos carros, pulou um canteiro e fez isso [o golpe]", relata Doretto.

A delegada afirma que a vítima e o neto estavam de costas para o agressor, mas que a criança o viu chegando e avisou o avô, que se virou. Nesse momento ele teria recebido o golpe.

"No depoimento, ele fala que a vítima estava de frente para ele como se tivesse em embate. Na hora da reconstituição ele assume que não. Que a vítima estava de costas", afirmou. Souza foi hostilizado e chorou durante a reconstituição do crime.

Segundo Doretto, logo na sequência o agressor parou e tentou prestar socorro, fazendo manobras de ressuscitação. Mas deixou o local diante da revolta de testemunhas.

A delegada afirma que, desde 2004, Souza acumula passagens por injúria racial contra uma atendente de loja, desacato, lesão corporal e estelionato, mas sem nenhuma condenação.

O advogado Eugênio Malavasi, que representa Souza, disse que o cliente afirmou que a agressão ocorreu em um "impulso momentâneo".

"O laudo da reconstituição mostrará, na essência, que a versão externada pelo Tiago está corroborada pela testemunha presencial que também deu sua versão. Ou seja, os fatos se enquadram na lesão corporal seguida de morte", afirmou.

Diante das novas evidências, o advogado do preso foi novamente procurado, mas disse que estava em reunião e que responderia depois à reportagem.

RELEMBRE O CRIME

O aposentado Cesar Finé Torresi estava de mãos dadas com o neto de 11 anos quando foi agredido por Tiago Gomes de Souza, 39, que dirigia um Jeep Commander pela rua Professor Pirajá da Silva, no bairro Aparecida.

Segundo relato do neto do idoso, corroborado por testemunha à polícia, eles atravessavam a rua entre os carros, pois o semáforo estava fechado. De forma repentina, o motorista do Jeep avançou com o automóvel sobre eles. Torresi então se apoiou no capô do carro.

Assim que avô e neto concluíram a travessia, de acordo com o relato, o condutor saiu do veículo e caminhou na direção deles. O homem então desferiu um chute no peito de Torresi, que caiu desacordado.

Pessoas que estavam no local acionaram o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e a Polícia Militar. Enquanto o aposentado era atendido na rua pelos socorristas, o agressor deixou o local. Segundo testemunhas, ele correu para um shopping próximo e acabou preso no interior do centro de compras.

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