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Condomínios reclamam de falta de zeladoria e cobram plano de recuperação do centro de SP

Abaixo-assinado foi enviado à gestão Ricardo Nunes; OUTRO LADO: prefeitura diz que licitação para obras nos calçadões será publicada em breve

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São Paulo

Administradores de prédios e comércios do centro de São Paulo se reuniram em um abaixo-assinado que menciona uma série de problemas de zeladoria na região central da capital.

O documento foi entregue para a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) no dia 20 de junho. Nele, síndicos, comerciantes e empresários afirmam que, se há uma esperança por um futuro promissor da região, o "status atual é deprimente". Ao todo foram reunidas mais de 20 assinaturas de edifícios como Copan, Itália, Louvre e Zarvos, além de estabelecimentos como o restaurante Orfeu.

Procurada pela reportagem, a gestão de Ricardo Nunes respondeu que o movimento de recuperação do centro de São Paulo "já é uma realidade".

O histórico edifício Copan é um dos prédios que assinou o documento que pede por melhorias na zeladoria do centro de São Paulo
Edifício Copan é um dos prédios que assina documento que pede melhorias na zeladoria do centro de São Paulo - Karime Xavier - 30.set.2021/Folhapress

No abaixo-assinado é citado que prédios icônicos do centro, como Vila Normanda e Galeria Metrópole, além dos já citados Copan e Itália, enfrentam acentuada desocupação, que em alguns casos atinge 50% do total. Os signatários afirmam ainda que edifícios residenciais da avenida São Luís também enfrentam uma onda de desocupação.

"Em muitos lugares, o centro é a vitrine de uma cidade e São Paulo precisa chegar nesse patamar", afirma Ricardo Roman, do Grupo Interamerican localizado no edifício Vila Normanda, um dos idealizadores da iniciativa.

O abaixo-assinado destaca quatro sugestões principais de melhorias. A primeira é referente à rua Sete de Abril, que foi transformada em rua de pedestres, teve uma obra de modificação do piso e, segundo a carta, encontra-se praticamente intransitável, com buracos na rua toda.

A mesma reclamação é feita quanto ao piso da praça Dom José Gaspar. Há ainda o piso da avenida São Luís, formado por mosaico português —segundo o documento, quando chove as calçadas ficam cheias de poças e impedem o trânsito de pedestres.

Também é registrada a queixa de que calçadas largas como a da praça são ocupadas por comerciantes irregulares, e por fim é solicitado o recapeamento da rua José Paulo Mantovan Freire.

A Prefeitura de São Paulo afirma, por meio de nota, que os projetos de requalificação dos calçadões da região conhecida como Quadrilátero da República foram concluídos pela Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras e que a licitação das obras será publicada em breve.

A expectativa, diz a gestão Nunes, é que as melhorias se estendam por 37 mil metros quadrados e abranjam importantes vias da região, entre elas a rua Sete de Abril. O projeto prevê a implantação de novo pavimento, nova sinalização, sistema de iluminação e mobiliário urbano, além do ordenamento da rede subterrânea, incluindo as redes de drenagem.

Em relação à avenida São Luís, a prefeitura diz que vai fazer manutenção nos pontos críticos do pavimento, respeitando os padrões dos calçadões do Triângulo Histórico. A gestão também afirma que vai convocar uma reunião com os signatários do abaixo-assinado para mapear as necessidades apontadas.

A prefeitura afirma que a zeladoria no centro acontece em frentes simultâneas e cita que o programa de recapeamento já soma 46 trechos finalizados na região central, totalizando uma área de 751.583 metros quadrados. E acrescenta que de janeiro a junho deste ano foram reformados mais de 4.000 metros quadrados de calçadas no centro.

A carta enviada à gestão Nunes também lembra que a região central sofre com o clima de insegurança, fator decisivo para o fechamento de comércios históricos com o Café Girondino, que em junho anunciou o encerramento de suas atividades.

Felippe Nunes, gerente do estabelecimento que funcionou durante 26 anos, disse à Folha, na ocasião, que o centro está melhorando, com aumento do policiamento e pessoas voltando a circular pela região, mas que o aumento do público não aconteceu na velocidade necessária para o café, que sofreu com a pandemia e as consequência da crise sanitária.

Além disso, a presença de pessoas em situação de rua e de usuários de drogas na região central está entre as principais reclamações da população, segundo pesquisa do Datafolha.

Algumas iniciativas têm sido feitas, e a região na qual funcionava o Café Girondino é alvo, por exemplo, de um programa de incentivos municipais para a recuperação de edifícios antigos a serem transformados principalmente em moradias

O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) também lançou uma parceria público-privada com a previsão de R$ 2,4 bilhões em investimentos em moradia no centro capital.

Já a prefeitura cita investimento na iluminação pública e afirma que a região central conta com 28.323 pontos iluminados e recebeu 1.321 novos em 2024. Também diz que o centro recebeu reforços da GCM (Guarda Civil Metropolitana). "A região conta com 2.100 agentes, que realizam o patrulhamento por meio de rondas periódicas 24 horas por dia, com 97 viaturas, 158 motos, e bases comunitárias."

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