Justiça aceita denúncia e mulheres viram rés por suspeita de homicídio no caso do brigadeirão

Defesa de Júlia Pimenta disse que ainda vai se manifetsar; reportagem não localizou advogado de Suyany Breschak

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Rio de Janeiro

A Justiça do Rio de Janeiro aceitou a denúncia contra Júlia Andrade Cathermol Pimenta, 29, e Suyany Breschak, 27 por suspeita de homicídio no chamado caso do brigadeirão.

Agora, as duas são rés pela morte do empresário Luiz Marcelo Ormond, 49. A decisão é da juíza Lúcia Mothe Glioche, titular da 4ª Vara Criminal do Rio.

O empresário foi encontrado morto, no dia 20 de maio, no Engenho Novo, zona norte da cidade. A investigação aponta que a então namorada dele, Júlia, teria colocado comprimidos de morfina em um doce de brigadeiro.

Suyany era guia espiritual de Júlia. As duas se conhecem há 12 anos, de acordo com a polícia.

Suyany Breschak (à esquerda) e Julia Pimenta são suspeitas de participação na morte do empresário Luiz Ormond - Leitor

A overdose teria matado o empresário. Segundo a polícia, elas planejaram o crime para ficar com dinheiro e bens de Luiz.

Procurada, a defesa de Júlia disse que ainda vai se pronunciar sobre a nova decisão. Em manifestações anteriores, os advogados afirmaram que sua cliente colabora com a Justiça.

A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Suyany.

Na decisão, a juíza afirmou que "os depoimentos colhidos na fase de inquérito policial evidenciam que as denunciadas estavam unidas no intuito de eliminar a vida da vítima, tendo por fim usufruir de seus bens, praticando atos dissimulados ao longo do tempo que antecedeu ao crime, agindo com atuação calculada e fria, a revelar periculosidade acima do padrão normal da vida urbana, tornando a custódia necessária para a garantia da ordem pública que se demonstrou abalada com a prática do crime".

Depoimentos

Em seu depoimento, Suyany afirmou que Júlia lhe devia R$ 600 mil por trabalhos espirituais. Ainda segundo ela, o valor estava sendo pago em parcelas mensais de R$ 5.000.

A polícia considera que Suyany foi a mentora intelectual da morte de Luiz e que teria partido dela a ideia de envenenar o empresário.

O padrasto de Júlia, que é policial civil aposentado, afirmou em depoimento que a enteada confessou ter praticado o crime após ter sido ameaçada por Suyany.

Segundo ele, "Júlia contou para a mãe que foi induzida por uma 'feiticeira' a fazer uma besteira; que, segundo Júlia, ela teria feito o que fez porque essa feiticeira iria matar, através de feitiço, o declarante, a mãe da Júlia, o namorado Jean e a família dele; que Júlia disse acreditar que tal feiticeira iria matar seus familiares por meio de trabalhos e feitiços".

O padrasto disse ainda que há um mês transferiu R$ 60 mil para a conta de Júlia. Segundo ele, a quantia, deveria ser usada para investimentos, mas todo o valor foi transferido para Suyany.

A mãe de Júlia, por sua vez, disse à polícia que a filha acreditava em tudo o que Suyany lhe dizia.

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