Ataque hacker em plataforma do governo afeta sistemas de nove ministérios e dois órgãos

Servidores receberam orientação para trocar senhas do Office e do Gov.br

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

O governo Lula (PT) sofreu um ataque hacker que atingiu os sistemas de nove ministérios e outros dois órgãos da administração federal. Várias ferramentas estão indisponíveis e ainda não há previsão para o restabelecimento.

Por volta das 12h desta quarta (24), servidores dos órgãos atingidos receberam um email informando de um "incidente cibernético".

"As equipes estão atuando para assegurar que os dados estejam íntegros e seguros. Ainda não há previsão para a conclusão do reparo", diz o texto aos servidores ao qual a Folha teve acesso.

Na mensagem, a Secretaria de Serviços Compartilhados do ministério afirma que os ministérios atingidos são: da Gestão, da Fazenda, dos Povos Indígenas, do Planejamento e Orçamento, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, da Previdência Social, da Igualdade Racial, das Mulheres, a Casa da Moeda Brasileira e o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

Fachada do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos e do Ministério do Planejamento e Orçamento - Pedro França - 10.nov.2023/Agência Senado/Pedro França/Agência Senado

No fim da tarde, os servidores receberam nova orientação. Desta vez para trocar senhas do Office e do Gov.br, especialmente aqueles que trabalham também com o Siafi.

Em abril, criminosos invadiram o sistema de administração financeira do governo federal, o Siafi, usado na execução de pagamentos, tentaram movimentar ao menos R$ 9 milhões do Ministério da Gestão e Inovação.

A invasão ao Siafi foi relevada pela Folha. O Tesouro Nacional, órgão gestor do Siafi, implementou medidas adicionais de segurança para autenticar os usuários habilitados a operar o sistema e autorizar pagamentos.

Segundo o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, o ataque que veio à tona nesta quarta se deu sobre o SEI (Sistema Eletrônico de Informações) Multiórgão e algumas funcionalidades do Processo Eletrônico Nacional.

Desde às 11h de terça (23), no entanto, os sistemas caíram e não os acessos não foram mais retomados.

O comunicado urgente informa sobre um incidente de TI, emitido pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. O texto menciona que o incidente pode afetar diversos serviços e orienta sobre as medidas a serem tomadas. Há um destaque em vermelho com a palavra 'URGENTE'.
E-mail informa sobre ataque hacker ao sistema do governo nesta quarta-feira - Reprodução

O MGI acionou a Polícia Federal nesta quarta pela manhã. A partir de então, as equipes da PF passaram a trocar informações com os técnicos da pasta. Neste momento, a atuação da PF é no sentido de orientar medidas de segurança a serem tomadas para proteção de dados e garantia da integridade dos sistemas.

Não há ainda, no entanto, um procedimento formal instaurado. A PF deve investigar a origem da invasão e alcance do problema a partir do momento em que um inquérito for aberto.

Até o momento, a pasta confirma apenas o registro de instabilidade nas ferramentas, mas ainda monitora os sistemas para identificar e avaliar eventuais danos e problemas decorrentes da ação.

"O SEI dos demais órgãos não foi afetado, assim com os serviços ofertados ao cidadão via Gov.br. As equipes de TI já estão tratando o incidente para que os serviços sejam restabelecidos o mais breve possível", diz a Gestão e Inovação por meio de nota.

Além disso, a Secretaria orienta que os servidores busquem soluções alternativas para não haver paralisação de serviços e processos urgentes.

O SEI é o sistema do governo usado para emitir ordens de pagamentos, despachos para emissão de notas fiscais, processos administrativos referentes a empresas privadas que precisam responder o governo, instruções, dentre outras funcionalidades, como a tramitação de documentos entre os ministérios e órgãos.

Até a situação se normalizar, não é possível dar andamento ao pagamento das empresas que têm contratos com o governo, por exemplo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.