Prefeitura do RJ vai demolir 41 prédios que teriam sido construídos por traficantes na Maré

De acordo com a Polícia Civil, imóveis foram anunciados na comunidade por valores entre R$ 45 mil e R$ 80 mil

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Rio de Janeiro

Um condomínio com 41 prédios, alguns com seis andares, será demolido por agentes da Prefeitura do Rio de Janeiro no Complexo da Maré, na favela Parque União. As obras são irregulares e teriam sido financiadas pelo tráfico, de acordo com a Polícia Civil.

Em nota, a Seop (Secretaria de Ordem Pública) afirmou que fez uma vistoria no local nesta quarta (3).

"A Seop seguirá os processos administrativos para realizar a demolição dessas estruturas, em ações futuras com apoio das forças de segurança, uma vez que a região sofre forte influência do crime organizado", disse a pasta.

Homens de costas com prédios em construção ao fundo
Agentes da prefeitura realizam vistoria em condomínio na Maré - Divulgação/Seop

Segundo a Polícia Civil, os prédios estariam dentro de um esquema de lavagem de dinheiro feito por traficantes da região. A reportagem não localizou os responsáveis pela obra.

De acordo com a investigação, as obras tiveram início em 2017. Algumas unidades estão habitadas, outras em fase de acabamento, e foram anunciadas na comunidade por valores entre R$ 45 mil e R$ 80 mil. Há também unidades alugadas por cerca de R$ 1.200 mensais.

"São edificações feitas com dinheiro do tráfico de drogas para, de alguma forma, tentar lavar o dinheiro e introduzir os lucros auferidos na economia legal. Por intermédio de aluguel e venda daqueles imóveis", afirmou o secretário estadual de Polícia Civil, delegado Marcus Amim, em entrevista coletiva.

Integrantes da associação de moradores também fariam parte do esquema, segundo a polícia.

"A linha de investigação revela um aporte do tráfico para a construção [dos prédios], que tem alto padrão de qualidade. Quem atua regularizando na comunidade é a própria associação de moradores. É ela quem entrega as escrituras de propriedade", afirmou o delegado Pedro Cassundé, da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes), na mesma entrevista.

A vistoria da Seop foi realizada com apoio da DRE, que tentava cumprir 16 mandados de prisão, entre eles, contra um homem apontado como chefe do tráfico local. O suspeito, que tem 86 anotações criminais, nunca foi preso.

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