Descrição de chapéu Obituário Cristiano de Pinho Pessôa (1964 - 2024)

Mortes: Foi um dos guitarristas mais aclamados do Ceará

Cristiano Pinho tocou 25 anos na banda de Fagner e foi produtor musical em álbuns de vários artistas

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Juazeiro (BA)

Quem esteve no show histórico que reuniu Fagner, Ednardo e Belchior em Fortaleza, em 1997, escutou a guitarra de Cristiano Pinho. O músico, que não gostava de tocar olhando partitura, foi um dos mais aclamados do Ceará.

Durante mais de 25 anos, fez parte da banda de Fagner e participou de mais de 15 álbuns do cantor, sendo diretor musical do "Fortaleza" (2007). "Eu não precisava falar nada, ele sabia de tudo e nossa comunicação era quase telepática", publicou o artista nas redes sociais.

Cristiano também tocava violino e rabeca. Foi compositor, arranjador e produtor musical, além de criar trilhas sonoras para cinema. Em 2013, ganhou o Festival Nacional de Música da Associação das Rádios Públicas Brasileiras com a canção "Relógio do Mundo".

Um músico está tocando guitarra em um palco iluminado por luzes verdes e amarelas. Ele usa uma camisa branca e está concentrado na sua performance. Um microfone está visível ao fundo.
Cristiano de Pinho Pessôa (1955 - 2024) - Larissa Freitas

Lançou dois álbuns solo, "Pessoa" (1997) e "Cortejo" (2010). O primeiro teve pinturas do seu pai no encarte, retratando Viçosa do Ceará (CE), onde o músico nasceu em 1964. Passou a primeira infância perto de cachoeiras e florestas até se mudar para Fortaleza, aos cinco anos.

O menino sempre esteve rodeado pela música, seja do piano de sua casa ou por ter tios músicos. Aprendeu a tocar o violão do irmão sozinho, aos 12. Depois, estudou o instrumento em um conservatório.

Aos 15, ganhou a primeira guitarra. Montou uma banda com amigos do colégio, o grupo Bodega, em 1972. O rock da turma tomou a cidade durante a década de 1980.

Foi também da instrumental Oficina, nas décadas de 1980 e 1990. Em 1986, participou do LP "Pássaro de Luz" do Quinteto Agreste, gravado no Rio de Janeiro.

Dois anos depois, mudou-se para o Rio, onde estudou harmonia e improvisação na Escola Ian Guest de Aperfeiçoamento Musical. Lá, recebeu o convite para a banda de Cid Guerreiro. Acompanhando o baiano, tocou em trios elétricos e morou meses em Salvador.

Voltou para Fortaleza, onde tocou e gravou com vários artistas. Também cursou música na Universidade Estadual do Ceará.

Os encontros musicais juntaram Cristiano e a cantora Kátia Freitas. O namoro, que começou antes de se mudar para o Rio e continuou à distância, resultou no casamento em 1998 e uma vida juntos na música.

Foi ele o coprodutor, arranjador e diretor musical dos dois álbuns da mulher. "Era sempre a primeira pessoa para quem eu mostrava as minhas composições. Era impressionante o modo preciso como ele sentia e analisava as canções, não só as minhas, mas tudo que ele escutava. Ele buscava criar intimidade com as canções", afirma Kátia, 58.

A rotina do músico era de viagens e consumir conteúdos sobre a área, como documentários e entrevistas. Em casa, gostava de tocar e desenhar deitado na rede, além de ir a praias vazias e distantes da cidade.

Cristiano de Pinho Pessôa tratava um câncer havia dez anos. Morreu no dia 3 de julho, aos 59 anos. Deixa a esposa, Kátia, 58, e a mãe, Luzia, 92, além de um álbum instrumental pronto para ser lançado.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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