Descrição de chapéu Obituário Osmar Cunha da Silva (1950 - 2024)

Mortes: Violonista, amava o samba e as noites em Florianópolis

Reizinho do Violão fez poesia em canções e sambas-enredos

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Curitiba

De ascendência indígena, Osmar Cunha da Silva começou a tocar violão aos 15 anos em Porto Alegre, onde nasceu. Além da música, tinha talento para poesia e desenho, criando cartazes para filmes do cinema brasileiro. Mas foi pelo samba que ele se apaixonou, e com seu violão percorreu Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Argentina.

Sua morada escolhida foi Florianópolis, onde chegou na década de 1970 e nunca mais saiu, ganhando espaço e público nos bares de samba.

"Não é exagero dizer que o samba de raiz de Florianópolis perdeu um dos seus maiores expoentes", diz a jornalista Ângela Bastos.

Homem sentado em um palco, tocando um violão acústico vermelho. Ele está vestido com um paletó claro e uma camiseta escura. Ao fundo, há um violão e um tambor. O ambiente parece ser um show ou apresentação musical
O sambista Osmar Cunha da Silva, o Reizinho do Violão (1950 - 2024) - Reprodução/YouTube

Conhecido como Reizinho do Violão, tocou em bares tradicionais.

"Além do talento e respeito à arte e à cultura, deixa um CD, resultado do acústico de 2021, produção independente com arranjos e músicas de autoria própria. No repertório, Angelical, Armação, Bibelô, entre outras canções. As composições falam de amor e de lugares da ilha de Santa Catarina, como a praia da Armação", afirma a jornalista.

Seu amor pelo samba o levou ao Carnaval. "Reizinho foi chegando com sua virtuosidade no violão para participar de nossos encontros e carnavais e integrou a ala de compositores de nossos sambas-enredos e rodas de samba", conta Daniela Schneider, coordenadora da Associação Baiacu de Alguém. "Era um grande amigo, poeta e compositor, com músicas pouco conhecidas, mas belíssimas."

Dava aulas de violão e, perto de completar 70 anos, passou a cursar letras, com ênfase em língua portuguesa e literatura, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

"Sempre gostou de estudar, muito curioso, adorava aprender sobre tudo. O que ele queria mesmo era entrar para o curso de música, ironia, porque não tinha ninguém como ele no violão", conta a filha Thayse Silva. "Meu pai era uma pessoa muito peculiar, artista de fato, fora dos padrões, vivia como queria e gostava, não se importava nem um pouco com a sociedade ou com o que iam pensar."

Apesar de ausente por causa da vida boêmia, ela diz, era um pai "engraçado, lúdico", que a fazia feliz do seu jeito.

"Ele encarava a vida de forma leve e positiva, era um cara otimista; mesmo quando as coisas davam errado, vinha com uma mensagem me colocando para cima", afirma.

Osmar adorava sebos e cinema, era fã do Walt Disney. "Na casa dele você encontrava vários aparelhos de som, muitos discos, CDs e fitas, inclusive desenhos da Disney e das aventuras de Jacques-Yves Cousteau, de quem também era fã, além de projetor e rolos de cinema antigos, seus violões e materiais de pintura", recorda a filha.

O músico morreu em 30 de junho, vítima de uma parada cardíaca. Deixa a filha Thayse e uma história para o samba catarinense.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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