Descrição de chapéu Obituário Ivone Mariana dos Reis Canuto (1973 - 2024)

Mortes: Generosa, defendia o poder transformador da educação

Mariana foi professora, teve uma legião de sobrinhos e realizou o sonho de ser mãe

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Cláudio Canuto
São Paulo

Ivone Mariana dos Reis Canuto nasceu em Pérola (PR), e se mudou para São Paulo no final dos anos 1970. Parte de uma grande família, Mariana, como gostava de ser chamada, tinha 12 irmãos e sempre foi muito próxima de todos eles.

Embora tenha sido registrada como tendo nascido em 23 de julho, ela considerava 5 de agosto como seu aniversário, pois, segundo sua madrinha Maria Ribeiro da Costa, essa era a data real de seu nascimento.

Uma mulher sorridente está posando ao lado de um tronco de bambu em uma área com vegetação densa. Ela usa uma blusa verde e tem cabelos longos e soltos. Ao fundo, há várias plantas verdes, incluindo folhas grandes e bambus.
Ivone Mariana dos Reis Canuto, morta em decorrência de um cânder de pulmão de 27 de julho de 2024 - Arquivo Pessoal

Conhecida por ser festeira, os amigos mais próximos diziam que ela aproveitava essa "confusão" para dar um golpe e assim poder comemorar seu aniversário duas vezes ao ano. Ela adorava passear, ou "bater perna", como costumava dizer, com suas amigas Fernanda e Giani, explorando as lojas do Pari, Brás e arredores da rua 25 de Março em São Paulo.

Iniciou sua carreira como professora aos 21 anos, sempre defendendo o poder transformador da educação. Uma de suas experiências marcantes foi ter sido professora de inglês de seu irmão Davi, o caçula da família.

"Como irmã, sempre me deu conselhos para ser determinado naquilo que me propunha fazer e nunca desacreditar de meus sonhos. Como professora, foi uma grande surpresa. Quando a vi entrando na sala de aula, fiquei muito feliz, pois lembrava de todo o sacrifício que ela passou para estar ali, realizando seu sonho. Foi uma trajetória muito bonita e que no final deu tudo certo", diz Davi.

Durante a infância, Mariana teve um episódio marcante quando, por engano, tomou querosene achando que era refrigerante. Esse incidente a deixou com a coloração da pele preta e fez com que a família começasse a chamá-la carinhosamente de "Preta".

Mariana tinha um amor muito grande pela família, especialmente pelos sobrinhos, que a chamavam de tia Preta. "A tia foi a pessoa mais generosa com quem convivi até hoje. Mesmo com tudo que estava passando, quem vinha primeiro eram os outros. Era ela quem segurava em nossas mãos e enxugava nossas lágrimas, nos dando mais amor e sempre nos dizendo que estava tudo bem. E mesmo que ela não esteja mais conosco, seu amor e seus ensinamentos continuarão a nos guiar eternamente", conta Andreia, uma das sobrinhas que esteve ao lado dela desde quando foi diagnosticada com câncer no pulmão em 2021.

Em 2010, Mariana realizou o sonho de ser mãe com o nascimento de sua filha Heloisa, fruto da união com o autor deste texto.

Em 2023, enquanto enfrentava um tratamento de câncer de pulmão, ela perdeu sua mãe, dona Maria, pela qual tinha um amor incondicional.

Procurou amparo sob as asas de sua vizinha, Cida, que se tornou avó postiça de Heloisa. "Uma amiga, companheira, confidente, uma filha, a criatura mais atenciosa, generosa, guerreira, que Deus colocou na minha vida. Ela era tão especial que Deus resolveu levá-la de volta para Ele, e nos deixou de braços vazios", diz Cida.

Fã de Elvis Presley e de Marisa Monte, Mariana de certa forma sabia que seu tempo de vida neste plano estava perto do fim. Dizia ter feito um trato com Deus para só partir após ver sua filha crismada, um sonho realizado no início deste mês.

Não conseguiu ficar para comemorar a data de seu segundo aniversário em agosto, e morreu no último dia 27, vítima de câncer no pulmão.

A missa de sétimo dia está programada para este sábado (3), às 16h30, na Basílica de Santana (r. Voluntários da Pátria, 2060).

Deixou o marido, a filha e uma legião de sobrinhos, amigos e alunos. Mariana será sempre lembrada por seu espírito generoso, seu amor pela família e sua dedicação à educação. Seu legado de amor e ensinamentos continuará a guiar todos aqueles que tiveram o privilégio de conhecê-la.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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