Entre os anos de 2013 e 2016, a área de ensino foi a que mais ganhou alunos proporcionalmente em pós-graduações stricto sensu (mestrado e doutorado) no Brasil.
De acordo com dados enviados à Folha pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), houve 2.807 matrículas na área em 2016, contra 1.942 três anos antes –aumento de 44,54 %.
As disciplinas oferecidas nesta área são estudos aplicados em ensino e aprendizagem, em todos os níveis de educação (fundamental, médio, superior e não formal, que é aquela feita fora das escolas, como em museus ou centros culturais).
Exemplos de cursos ministrados são ensino em ciências, ensino em matemática e ensino em saúde.
Para Tânia Cremonini de Araújo-Jorge, coordenadora da área na Capes, o crescimento nesse triênio se deve a um aumento na oferta.
"Os programas aumentaram bastante nesse período. Em 2013, tínhamos 93 cursos; em 2016, fomos a 157", diz.
Segundo a coordenadora, o corpo discente é composto quase 100% por professores buscando especialização.
"A profissão exige que você se atualize e aperfeiçoe o tempo todo. Além disso, as pessoas buscam ascensão na carreira, e mestrado e doutorado ajudam", afirma.
Especialistas também apontam os motivos citados por Tânia para o aumento dos números.
Maurício Garcia, vice-presidente de ensino acadêmico da Adtalem Educacional, enxerga a oferta como principal fator na variação das matrículas em pós-graduações stricto sensu.
"Mestrado e doutorado não seguem regras de mercado. Eles são criados a partir do interesse das instituições e da disponibilidade de pesquisadores", afirma.
Já William Klein, CEO da consultoria Hoper Educação, acredita que busca de qualificação profissional de professores é de fato um elemento que puxa as matrículas.
"Há uma preocupação dos profissionais de educação em ter titulação para impulsionar a carreira e, consequentemente, o salário", diz.
Outras áreas com aumento considerável no período foram a de ciências ambientais (44,49%) e a que engloba administração de empresas e pública, ciências contábeis e turismo (34,4%).
Na outra ponta, mestrados e doutorados em ciências biológicas 1 (que abrange genética animal e vegetal, por exemplo) são os que mais perderam alunos proporcionalmente de 2013 a 2016.
Se, em 2013, 1.355 alunos se matricularam em pós stricto sensu nesta área, em 2016 foram 1.262, queda de 6,8%.
Também perderam alunos no mesmo período medicina 1 (-5,2%), que inclui cardiologia e cancerologia, e sociologia (-5%).
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.