Descrição de chapéu Educação a distância

Formação semipresencial melhora o desempenho dos estudantes

Formato híbrido cresce amparado em estudos que provam sua eficácia

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Ocimara Balmant
São Paulo

Quase dois anos após uma portaria do Ministério da Educação facilitar a oferta do ensino híbrido —formato em que o estudante de graduação presencial pode ter parte da carga horária do curso cumprida a distância—, levantamentos mostram que a modalidade aumenta o rendimento dos alunos.

Um estudo do grupo Ânima Educação, que congrega instituições como a Universidade São Judas, revelou que as notas dos alunos nos cursos híbridos foram 16% maiores do que as obtidas por estudantes matriculados em cursos presenciais. O resultado motivou o grupo a investir no ensino híbrido como seu modelo único de formação.

Atualmente, não há mais cursos exclusivamente a distância e nem integralmente presenciais nas instituições ligadas à Ânima.

 

"Consideramos o híbrido desde a concepção. Desenhamos a grade curricular para que as atividades presenciais e online estejam interligadas", diz Patrícia Fumagalli, uma das diretoras do grupo.

Em geral, as disciplinas são organizadas de modo que o conteúdo teórico seja ministrado online, com o acompanhamento de tutores, e o prático, em aulas presenciais. 

Com 15 cursos híbridos no catálogo —eram apenas três antes da portaria—, a Universidade Positivo também mapeou o rendimento dos alunos e aferiu que as notas dos matriculados em cursos semipresenciais são 10% superiores. 

O plano, para 2019, é criar mais oito cursos no formato, com foco nas áreas de saúde e engenharia. 
Para os especialistas, a versatilidade dos cursos híbridos é uma das principais razões para que os estudantes da modalidade apresentem melhor rendimento.

"Com uma múltipla forma de entrega de conteúdos, cria-se um ambiente que potencializa o engajamento do aluno, porque oferece alternativas que se adequam a diferentes estilos de aprendizagem", afirma William Klein, CEO da consultoria Hoper Educação.

Aluna do terceiro semestre do curso de publicidade e propaganda da Universidade São Judas, Tamires de Moraes, 23, cursa a disciplina de empreendedorismo no formato híbrido: em uma semana a aula é no campus e, na seguinte, é dada a distância.

"Tudo é feito hoje de forma virtual. Estudar a distância é só mais uma forma de a gente usar a tecnologia. Até facilita, porque os vídeos, por exemplo, ficam disponíveis na plataforma e eu posso revê-los."

Além disso, aprender de forma remota une uma habilidade que ela já domina —o uso de tecnologias— a outra que o mercado de trabalho vai lhe exigir: a capacidade de produzir fora do ambiente formal de trabalho e de gerir o próprio aprendizado.

"O ensino híbrido tira o aluno da zona de conforto e o ajuda a desenvolver habilidades além da apreensão do conteúdo", diz Carlos Longo, pró-reitor acadêmico da Universidade Positivo. 

Com o público mais interessado e estudos que mostram a eficácia do formato, o desafio das instituições agora é avançar na aquisição de tecnologia. Se há uma década videoaulas eram ferramentas suficientes para o ensino a distância, agora não são mais.

"Hoje, deve-se investir no uso de aplicativos e em recursos de inteligência artificial que podem criar métricas e direcionar uma trajetória de estudo personalizada", afirma Klein, da Hoper. 
 

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