MPF questiona baixa reserva de vagas para candidatos com deficiência no Sisu

Questionamento foi enviado ao Ministério da Educação, e pasta argumenta que distribuição de vagas é feita pelas universidades

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Brasília

O MPF (Ministério Público Federal) no Distrito Federal encaminhou ao Ministério da Educação questionamento sobre reduzida oferta de vagas para pessoas com deficiência no Sisu (Sistema de Seleção Unificada) 2020. 

O governo Bolsonaro tem um prazo de cinco dias para explicar como estipulou a reservas de vagas e se houve algum erro. A procuradoria pode exigir mudanças no preenchimento dessas vagas caso falhas sejam confirmadas.

O MEC informou, em nota, que a adesão, quantidade de cursos ofertados, vagas e suas modalidades de concorrência são definidas pelas instituições de ensino superior de forma autônoma.

"Cabe à universidade a destinação das vagas reservadas dentro do Sistema de Seleção Unificada", diz a nota.

Saída dos candidatos ao Enem 2019 da Uninove da Barra Funda, zona oeste de São Paulo
Saída dos candidatos ao Enem 2019 da Uninove da Barra Funda, zona oeste de São Paulo - Rubens Cavallari - 03.nov.2019/Folhapress
 

O procurador Felipe Fritz Braga afirma, em despacho, que "expressivo número de cursos em todo o país tiveram vagas reservadas em número inferior ao percentual de sua população com deficiência aplicado ao número de vagas destinadas à reserva pela Lei nº 12.711, ou mesmo não tiveram NENHUMA vaga reservada para esses candidatos".

A legislação citada, conhecida como Lei de Cotas, dispõe sobre a reserva de 50% de vagas em instituições federais para estudantes de escola pública, com respeito a critérios de baixa renda, cor de pele e pessoas com deficiência.

O ofício encaminhado ao MEC questiona o método de cálculo para estipular o número de vagas reservadas no Sisu 2020.

A cota para candidatos com deficiência deve seguir proporção equivalente ao registrado na população de cada estado onde está instalado a instituição.

O Sisu reúne as vagas de universidades públicas que adotam o Enem para selecionar os alunos. A lista de aprovados foi liberada na noite terça-feira (28) depois que o governo derrubou decisão que impedia a medida por causa de questionamentos sobre erros na nota do exame.

A análise da procuradoria foi por amostragem em três federais, do Mato Grosso do Sul, Rural da Amazônia e de Alfenas.

Na federal de Alfenas, por exemplo, há cursos sem nenhuma reserva de vagas para pessoas com deficiência.

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