Descrição de chapéu greve

Estudantes da FFLCH entram em greve por falta de professores na USP

Reitoria afirma que foram concedidos 879 cargos para todas as suas unidades de ensino desde 2022

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São Paulo

Estudantes da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) da USP (Universidade de São Paulo) estão em greve desde a noite de segunda-feira (18). O motivo é a falta de professores nos cursos da unidade.

De início, somente letras e geografia boicotariam aulas e ocupariam salas para exigir a contratação de novos docentes. Isso foi marcado para a última noite. Porém, às 19h, a coordenação disparou email anunciando suspensão de todas as atividades, com início em apenas 30 minutos. Logo, os prédios foram esvaziados e trancados.

A justificativa para a atitude foi a possibilidade de danos ao patrimônio público, e a guarda universitária foi acionada a fim de coibir qualquer motim. Depois, surgiram viaturas da Polícia Militar. Procurada três vezes por telefone, a FFLCH não se manifestou até a publicação deste texto.

Segundo a reitoria da USP, foram concedidos 879 cargos para todas as suas unidades de ensino desde 2022, sendo 70 à responsável pelas disciplinas de humanidades. Esta, no entanto, deve promover concursos para distribuição das vagas.

Corredor da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) da USP (Universidade de São Paulo) - Rubens Cavallari- 14.jun.2023/Folhapress

Pedro Chiquitti, líder do Diretório Central dos Estudantes da FFLCH, diz que a ação "truculenta" da gerência da faculdade uniu a todos. Ciências sociais, história e filosofia —naquele momento deliberando apoio—abraçaram automaticamente a paralisação.

Os mais de mil alunos presentes resolveram ir até o administrativo, onde pretendiam encontrar o diretor, Paulo Martins, e solicitar a imediata abertura das classes. Martins apareceu. Ele vinha de agenda externa e pedia para acessar seu escritório.

Os estudantes bloquearam a entrada do escritório e houve troca de xingamentos.

Após a confusão, representantes dos centros acadêmicos conseguiram reunir-se com o dirigente e compartilhar suas exigências: a pronta liberação dos prédios da FFLCH; a saída de agentes de segurança dos espaços estudantis; o agendamento de uma reunião entre a reitoria da USP e os alunos e, por fim, uma retratação pública de Paulo Martins.

Nesta manhã, as duas primeiras imposições haviam sido atendidas. O restante seria discutido em assembleia convocada às pressas.

Outro encontro, este de discentes, definiria se outros departamentos da universidade param em apoio. A reportagem apurou que a ECA (Escola de Comunicação e Artes) e a FEUSP (Faculdade de Educação) podem aderir ao movimento.

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