Descrição de chapéu greve

Estudantes da USP decidem manter greve

Paralisação começou no fim de setembro em protesto contra a falta de professores

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São Paulo

Estudantes da USP (Universidade de São Paulo) decidiram manter a paralisação de atividades em protesto contra a falta de professores.

A decisão foi tomada em assembleia realizada na noite desta segunda-feira (9), na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas).

Enquanto esperavam pelo começo da assembleia, os estudantes foram avisados por colegas que a comissão de negociação ainda estava na reitoria.

Na primeira parte da assembleia, integrantes da comissão disseram que a reunião, segundo os grevistas, foi tensa, porque a reitoria, representada pela vice-reitora, Maria Arminda Arruda, não aceitou discutir pontos como o aumento do auxílio-permanência para alunos da EACH (Escola de Artes, Ciências e Humanidades), a USP Leste.

Por outro lado, os estudantes celebraram a promessa de construção de uma creche na unidade e uma promessa da administração de se reunir com funcionários do Instituto Oceanográfico da USP sobre as demissões anunciadas pela universidade, que têm gerado protestos.

em primeiro plano, cartaz exibe texto 'enquanto a usp economiza, os estudantes pagam o preço'. ao fundo, multidão empunha bandeiras
Estudantes da USP protestam em frente à reitoria da universidade - Danilo Verpa - 28.set.23/Folhapress

Nesta terça (10), os grevistas esperam fazer mais uma reunião da comissão na reitoria, às 14h. Caso a agenda não seja confirmada, está previsto um ato em frente à reitoria no começo da tarde.

Foi aprovada como pauta prioritária a reivindicação da reposição imediata de professores e técnicos, o chamado gatilho automático, em caso de morte, exoneração ou aposentadoria, de forma permanente —e não restrita ao período da gestão atual, que termina em 2025.

Também foram aprovados, para a próxima quarta-feira (11), nova assembleia geral de greve às 18h30, e um ato na Escola Politécnica às 14h.

O movimento grevista também lançou uma carta sobre a mobilização. O documento pede diálogo e abertura para as demandas de estudantes, técnicos e docentes, além da garantia de que não haja represálias.

"Reiteramos importância de que alunos não sejam responsabilizados ou repreendidos por um movimento legítimo que construímos."

A paralisação começou no fim de setembro. Os grevistas sintetizam suas demandas em cinco eixos: contratação de professores; aumento de auxílio para permanência estudantil; melhoras estruturais na USP Leste; promoção de vestibular indígena; e valorização dos direitos estudantis. A admissão de novos docentes é o tema mais debatido.

Em uma tentativa de dar fim à greve, a reitoria da USP ofereceu na última quarta (4) a contratação, em 45 dias, de 148 profissionais temporários, a serem distribuídos aos cursos mais necessitados. Depois, essas vagas se tornariam efetivas.

A proposta dividiu os manifestantes, e a volta às atividades passou a ser debatida nos diretórios e associações. Na sexta (6), alunos da Escola Politécnica da USP aprovaram o fim da greve na unidade.

Membros da Adusp (Associação de Docentes da Universidade de São Paulo) decidiram seguir paralisados até terça-feira (10). Eles pretendem seguir a diretriz dos estudantes participantes da reunião desta segunda.

ENTENDA AS REIVINDICAÇÕES

Alunos de todas as unidades da USP na capital aderiram à greve iniciada pela falta de professores na instituição. O movimento foi iniciado pela FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) no dia 18 de setembro. Os articuladores conseguiram expandir o movimento também para campi do interior paulista.

Os estudantes sintetizam suas demandas em cinco eixos: contratação de professores; aumento de auxílio para permanência estudantil; melhoras estruturais na USP Leste; promoção de vestibular indígena; e valorização dos direitos estudantis.

A aquisição de novos docentes é o tema mais debatido. Os estudantes apresentam três exigências nesse ponto:

  • Retorno do gatilho automático para a contratação de professores: hoje, quando um professor morre, é exonerado ou se aposenta, não tem a reposição automática da vaga. Os discentes cobram o retorno desse mecanismo para as vagas serem respostas;
  • Número mínimo de educadores (1.683) para garantir o funcionamento dos cursos: esse número é baseado no retorno da proporção do número de estudantes para o número de professores que a USP tinha em 2014;
  • Fim do edital de excelência ou mérito: para os estudantes, esse critério é absolutamente injusto e não destina novas vagas para as unidades que precisam de professores.
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