Descrição de chapéu Governo Lula greve

Não há muita razão para greve em universidades continuar, diz Lula

Declaração foi dada em evento que governo anunciou investimento de R$ 5,5 bi nas instituições de ensino superior federais

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Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (10) que os dirigentes dos sindicatos da área da educação superior precisam analisar o cenário atual e assim verão que "não há muita razão" para a greve nas universidades federais e institutos federais durar tanto tempo.

"Eu acho que nesse caso da educação, se vocês analisarem o conjunto da obra, vão perceber que não há muita razão para essa greve estar durando o que está durando. Porque quem está perdendo não é o Lula, não é o reitor. Quem está perdendo é o Brasil e os estudantes brasileiros", afirmou o presidente.

Lula disse que os dirigentes sindicais precisam "ter coragem" para encerrar as greves, contrariando os seus discursos anteriores. A greve nas universidades federais começou em 15 de abril.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira - 4 jun. 2024/Folhapress

Lula participou de uma cerimônia no Palácio do Planalto, junto com ministros de Estado e reitores de universidades federais e institutos federais de educação para anunciar, em meio à pressão imposta pelas greves, investimentos de R$ 5,5 bilhões nas universidades e nos hospitais universitários.

No final da sua fala, o mandatário abordou a questão das greves e indicou que os dirigentes sindicais precisam de firmeza para tomarem as decisões e que muitas vezes os movimentos de greve não podem ser "tudo ou nada".

"Essa questão da greve. A greve tem um tempo para começar e um tempo para terminar. A única coisa que não se pode permitir é que uma greve termine por inanição. A única coisa que não pode acontecer [...] porque, se ela terminar, as pessoas ficam desmoralizadas", afirmou o presidente.

"Então o dirigente sindical ele tem que ter coragem de propor e tem que ter coragem de negociar. Ele tem que ter coragem de tomar decisões que muitas vezes não é o tudo ou nada que ele apregoa", completou.

O presidente ainda acrescentou que não é possível ficar em greve a vida inteira por "3%, 2% ou 4%".

Os servidores das universidades federais estão em grave há quase dois meses. O Ministério da Gestão disse ter apresentado no último dia 15 sua proposta final aos docentes. Ela prevê reajuste de 9% nos salários para 2025 e 5% para 2026.

Os servidores pediam reajuste de 7,06% já em 2024, de 9% em janeiro de 2025, e de 5,16% para 2026.

Durante o evento no Palácio do Planalto, a presidente da Andifes e reitora da Unb, Márcia Abrahão, cobrou uma solução para a questão salarial dos servidores das universidades, lembrando que outras categorias foram beneficiadas com reajustes.

"São trabalhadoras e trabalhadores essenciais para darmos conta de todos os desafios do país e que possuem remunerações muito defasadas, como o senhor [presidente Lula] bem sabe, ainda mais quando comparamos com carreiras que tiveram reajuste recentemente", afirmou a reitora.

"Há técnicos que chegam a ganhar menos de um salário mínimo. Esperamos que essa semana governo e sindicatos cheguem a situação negociada, pacificando a situação", completou.

O presidente do Conif (Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, Elias Monteiro, por sua vez, pediu uma solução para que a greve seja encerrada.

"Suplicamos para que avance nas negociações para o fim da greve. Movimento legítimo e justo mas que já gera reflexo com aumento da evasão escolar e prejuízo do cumprimento do calendário acadêmico", afirmou.

Antes de Lula discursar, o ministro Camilo Santana também havia questionado o movimento grevista, argumentando que a categoria foi beneficiada por um reajuste logo no primeiro ano do governo.

"Eu acredito que greve é o limite onde não há mais condições de negociação. Então, eu não via anteriormente ao início da greve necessidade, porque esse é um governo que, depois de 6 anos sem reajuste salarial, deu um reajuste de 9% no seu 1º ano de governo", disse.

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