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Nos Estados Unidos, 11% dos estudantes têm transtorno de deficit de atenção
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ALAN SCHWARZ
SARAH COHEN
DO "NEW YORK TIMES"
Cerca de 1 em cada 5 adolescentes nos Estados Unidos e 11% das crianças em idade escolar têm TDAH (transtorno de deficit de atenção e hiperatividade), segundo novos dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças.
Essas taxas refletem um crescimento no número de diagnósticos do transtorno e podem aumentar a preocupação de muitos médicos de que o diagnóstico de TDAH e sua medicação estejam sendo usados em excesso nas crianças americanas.
Os números mostram que 6,4 milhões de crianças entre 4 e 17 anos receberam um diagnóstico de TDAH em algum momento de suas vidas, o que representa um aumento de 16% desde 2007 e de 53% na última década. Cerca de dois terços dessas crianças que têm hoje um diagnóstico do transtorno recebem prescrições de estimulantes, que podem melhorar drasticamente a qualidade de vida mas também causar vício, ansiedade e, ocasionalmente, psicose.
E um número ainda maior de adolescentes têm a probabilidade de receber prescrições de remédios para o TDAH no futuro, já que a Associação Americana de Psicologia planeja mudar a definição do transtorno para permitir que mais pessoas recebam um diagnóstico e o tratamento. O TDAH é descrito por muitos especialistas como o resultado de níveis químicos anormais no cérebro que modificam o controle do impulso e habilidades relacionadas à atenção.
Enquanto alguns médicos e associações de pacientes veem os dados positivamente como evidência de que o transtorno está sendo melhor reconhecido e aceito, outros afirmam que as novas taxas sugerem que milhões de crianças podem estar usando medicamentos simplesmente para acalmar seu comportamento ou para tirar notas melhores na escola.
Os dados são parte de um estudo dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças sobre a saúde das crianças. A agência federal entrevistou mais de 76 mil pais nos Estados Unidos por telefone e agora está compilando as informações.
O diretor do CDC, Thomas Frieden, comparou o aumento das prescrições de remédios estimulantes ao abuso de medicamentos para dor e antibióticos em adultos.
"A medicação certa para o TDAH, receitada para as pessoas certas, pode fazer uma grande diferença. Infelizmente, o mal uso parece estar crescendo em taxas alarmantes", disse.
Especialistas citaram diversos fatores para esse aumento. Alguns médicos podem estar vendo qualquer reclamação de falta de atenção como um transtorno de deficit de atenção, enquanto a publicidade das farmacêuticas enfatiza como a medicação pode melhorar substancialmente a qualidade de vida das crianças. Além disso, alguns pais têm pressionado os médicos a ajudá-los em relação ao comportamento problemático de seus filhos e suas notas baixas.
Segundo o relatório, 15% dos meninos em idade escolar receberam um diagnóstico de TDAH. A taxa para meninas foi de 7%. O número de diagnósticos entre os adolescentes do ensino médio é particularmente alto --10% para meninas e 19% para os garotos.
"É impossível que um em cada cinco garotos adolescentes tenha TDAH", disse James Swanson, professor de psiquiatria da Universidade Internacional da Flórida e pesquisador do transtorno há 20 anos. "Se começarmos a tratar crianças que não têm o transtorno com estimulantes, uma porcentagem terá problemas previsíveis, como abuso e dependência. E com tantas pílulas circulando, qual parcela delas na verdade não vai para os amigos? Alguns estudos dizem que essa taxa é de 30%."
Como já foi mostrado que o TDAH severo sem tratamento aumenta o risco de fracasso acadêmico e abuso de substâncias, muitos médicos têm se empenhado em aumentar a conscientização sobre o transtorno e reduzir os medos em relação à medicação.
Um desses médicos é Ned Hallowell, psiquiatra infantil e autor de livros sobre o transtorno. Ele acredita que muitas crianças com TDAH continuam sem diagnóstico e tratamento, mas disse que os dados do relatório do CDC demonstram como o diagnóstico do transtorno está sendo entregue de maneira gratuita.
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