Farmácia em SP passa a usar robô para ajudar a entregar remédio a cliente

Unidade na Vila Mariana, na zona sul, é a primeira no estado a ter a máquina

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São Paulo

Um robô que permite a entrega de medicamentos ao cliente em até 30 segundos começou a operar na drogaria Soares, na Vila Mariana, zona sul da capital paulista. É a primeira farmácia do estado de São Paulo a adotar a tecnologia, segundo a empresa fabricante e distribuidora da máquina, a BD.

O dispositivo, desenvolvido para farmácias de rua e de hospitais, é vendido em mais de 53 países. No Brasil, já está em uso em Manaus e no Rio.

O robô é integrado ao sistema da farmácia. Quando o medicamento chega do fornecedor, uma pessoa faz a leitura do código de barras da caixinha do produto num sensor do robô, que a coloca para dentro através de uma esteira. Depois, com um braço automático, pega esse remédio para levá-lo até uma prateleira.

Robô instalado na drogaria Soares, na Vila Mariana (zona sul),  auxilia na dispensação rápida de medicamentos
Robô instalado na drogaria Soares, na Vila Mariana (zona sul), auxilia na dispensação rápida de medicamentos - Eduardo Knapp/Folhapress

"Ele sabe exatamente qual medicamento está ali, o tamanho da caixa, o prazo de validade e o lote. O robô faz um gerenciamento do estoque. Ele sabe o número e o tipo de medicamentos disponíveis na farmácia e o prazo de validade de cada um. O robô sempre dispensará aquele produto com tempo de validade mais curto", explica Flávia Contin, líder do negócio MMS (Medication Management Solution) Brasil.

O BD Rowa também atua no abastecimento das outras três unidades da drogaria Soares. "Ele recebe as solicitações com o que é necessário repor nas farmácias. De um lado, o robô possui quatro saídas destinadas ao abastecimento das unidades. Conforme ele faz a leitura do relatório de reposição que vem da farmácia, já dispensa. Cada saída é destinada a uma unidade. A dispensação é feita em caixas, que são fechadas por um funcionário e enviadas para a farmácia de destino", completa a gestora.

Com o paciente o esquema é bem simples. O farmacêutico ou balconista pega a receita do cliente e a digita no sistema. O robô faz a leitura da prescrição e dispensa os medicamentos ao funcionário, que faz a entrega.

O robô coleta na prateleira do próprio dispositivo os medicamentos, de acordo com a quantidade e dosagem, e os coloca numa esteira que leva até o balcão. Do momento da leitura da receita até a dispensação, o processo leva até 30 segundos.

"O tempo pode ser menor que 30 segundos, porque o robô tem uma inteligência artificial e, conforme passa o tempo, ele registra a dinâmica da farmácia. Quais são os medicamentos que saem mais, os mais vendidos. Ele mesmo faz uma reorganização e coloca nas suas saídas os que têm dispensação maior", afirma Contin.

A tecnologia permite o controle do estoque, após dispensar cada medicamento, e repõe de acordo com a demanda cotidiana da farmácia, evitando atrasos, erros e inconformidades.

Para Fernando Padilha Pinto, sócio-diretor da Drogaria Soares, o robô não vai substituir funcionários. "Na minha opinião, essa parte de serviços farmacêuticos, de orientação e humanização, nunca será substituída. A automação ajuda na humanização do atendimento, que é cada vez mais valorizada pelo cliente", afirma.

"A parte de operação, de armazenagem, separação e controles do produto ficam para o dispositivo, e a nossa equipe se dedica ao que a gente vê que tem maior valor na hora do atendimento, a parte mais humana, de se dedicar ao cliente", afirma.

​O robô funciona ligado na energia. Na falta, ele tem uma bateria com tempo de duração necessário para operar até que a farmácia acione um gerador.

O dispositivo é customizado. O projeto é desenvolvido de acordo com a necessidade da farmácia ou do hospital. O robô pode medir de 4 a 15 metros de comprimento, de 1,60 até 3 metros de altura e de 1,60 até 2,10 metros de largura.

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