Descrição de chapéu varíola dos macacos

EUA alertam para retorno de versão mais mortal da mpox

Doença infecciosa anteriormente chamada de varíola dos macacos atingiu milhares pessoas em 2022

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The New York Times

Com eventos do orgulho gay agendados em todo o mundo para as próximas semanas, autoridades dos EUA estão se preparando para o retorno do mpox, uma doença infecciosa anteriormente chamada de varíola dos macacos que atingiu dezenas de milhares de homens gays e bissexuais em todo o mundo em 2022. Uma combinação de mudanças comportamentais e vacinação controlou esse surto, mas a maioria dos que estão em risco ainda não foi imunizada.

[A transmissão do vírus que causa a doença ocorre principalmente pelo contato direto com as lesões que a doença causa nos pacientes, algo que pode ocorrer em qualquer aglomeração. Em agosto de 2022, em meio ao aumento da disseminação no Brasil, organizadores de festas LGBTQIA+ adiaram eventos programados para aquele mês. Infectologista ponderaram que festividades voltadas à população heterossexual também exigiriam medidas preventivas.]

Imagem de microscópio eletrônico mostra vírus da varíola dos macacos (em verde) presentes em uma célula
Imagem de microscópio eletrônico mostra vírus da varíola dos macacos (em verde) presentes em uma célula - National Institute of Allergy and Infectious Diseases via AFP

Nesta quinta-feira (16), os CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) alertaram sobre uma versão mais mortal do mpox que está devastando o Congo e instaram as pessoas em risco a serem vacinadas o mais rápido possível. Até agora, nenhum caso desse subtipo foi identificado fora da África. Mas a epidemia crescente no Congo ainda representa uma ameaça global, assim como as infecções na Nigéria desencadearam o surto de 2022, dizem os especialistas.

"Este é um exemplo muito importante de como uma infecção em qualquer lugar é potencialmente uma infecção em todos os lugares, e por que precisamos continuar a melhorar a vigilância de doenças globalmente", diz Anne Rimoin, pesquisadora de saúde pública da UCLA.

Rimoin estudou o mpox no Congo por mais de 20 anos e alertou pela primeira vez sobre seu potencial de disseminação global em 2010.

Os CDC focam em incentivar os americanos com maior risco a se vacinarem antes que o vírus ressurja. Os esforços de divulgação da agência incluem o envolvimento com grupos de defesa e influenciadores das redes sociais que têm amplo apelo entre a comunidade LGBTQIA+. Em dezembro, a agência instou os clínicos a permanecerem alertas para possíveis casos em viajantes vindos do Congo.

Existem dois principais tipos de mpox: Clado I, o tipo dominante no Congo, e Clado II, versão que causou o surto global de 2022. (Um clado é um grupo de vírus geneticamente e clinicamente distintos.) Ambos os clados circularam no continente africano por décadas, irrompendo esporadicamente em surtos.

Pessoas com mpox podem ter febre, dor de cabeça intensa e dor nas costas, seguidas de erupção cutânea. Muitos pacientes também desenvolvem feridas dolorosas, frequentemente no local da infecção. Pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos, incluindo aqueles vivendo com HIV, têm maior probabilidade de ficarem gravemente doentes e morrerem.

A versão do mpox que causou o surto de 2022, chamada Clado IIb, resultou em mais de 30 mil casos nos EUA naquele ano. A epidemia diminuiu em 2023, com apenas cerca de 1.700 casos, mas agora está mostrando sinais de ressurgimento.

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