Favorito para ser reserva na Copa, Cássio enfrenta a 'zebra' Jailson

Goleiros foram os heróis das classificações de Corinthians e Palmeiras

Cássio faz defesa durante treino do Corinthians - Daniel Augusto Jr/Divulgação
Alex Sabino Luiz Cosenzo
São Paulo

Após a classificação do Palmeiras, nos pênaltis, contra o Santos, Felipe Melo disse que se seleção brasileira é momento, Jailson deveria ser convocado para a Copa do Mundo da Rússia, em junho.

É pouco provável, já que o goleiro não foi chamado nenhuma vez e não há amistosos no horizonte antes da convocação para o Mundial. O favorito para ocupar a vaga de terceiro goleiro é Cássio, do Corinthians. Os dois se enfrentam neste sábado (31), pela final do Estadual.

“O Palmeiras é minha seleção. Se o Tite lembrar de mim, vou ficar muito feliz. Estou em um clube que me dá todas as condições que um atleta precisa. Hoje, estou colhendo os frutos que plantei”, disse Jailson à Folha

O Palmeiras avançou à decisão porque ele defendeu o pênalti batido por Diogo Vitor, do Santos, na semifinal.

Assim como Cássio classificou o Corinthians ao espalmar cobranças de Diego Souza e Liziero, do São Paulo.  

“A seleção é consequência do trabalho que faço no clube. Não é hora de se preocupar com isso”, afirma Cássio.

As defesas em campo e a condição de homens de confiança de suas equipes são alguns dos denominadores comuns entre os goleiros de formações e caminhos distintos ao longo da carreira.

Cássio, 30, é titular do Corinthians desde 2012. Apareceu como revelação no Grêmio aos 18 anos e aos 20 foi para o futebol europeu, contratado pelo PSV (HOL). 

Jailson, 36, foi profissionalizado apenas aos 22 anos, sem nunca ter participado das categorias de base de um clube. Jogava na várzea quando foi descoberto pelo Joseense, equipe de São José dos Campos (a 90 km da capital). Começou ganhando R$ 100 por mês e contava com a ajuda da avó para seguir no futebol.

Jailson continua titular do Palmeiras, onde chegou em 2014, mesmo após o clube ter contratado o goleiro Weverton, medalha de ouro com a seleção brasileira nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, para disputar a posição. Ainda deixa no banco Fernando Prass.

Enquanto esperava uma chance como profissional, ele precisava da ajuda da avó Nacife Marcelino para treinar. Jailson tinha apenas uma calça de goleiro. Ela a lavava, costurava e colocava para secar atrás da geladeira para que o neto pudesse usá-la no treino do dia seguinte.

Cássio também teve de ser paciente. Aguardou a chance no Corinthians e ficou cinco meses no banco até ser a primeira opção para o gol.

Para conseguir jogar futebol, Cássio recebeu apoio do tio João Carlos, que comprava chuteira, luva e dava o dinheiro para o lanche. 

Cássio é mais vencedor. Já conquistou dois paulistas (2013 e 2017), dois brasileiros (2015 e 2017), uma Libertadores e um Mundial de Clubes (ambos em 2012), quando foi eleito o melhor da final. 

Jailson foi titular na conquista do Brasileiro de 2016 e reserva na Copa do Brasil de 2015. 

“Converso com o Cássio pelo WhatsApp e após os jogos, quando nos enfrentamos”, disse o goleiro do Palmeiras.

Não falam sobre música. Os gostos não batem. Jailson é fã de sertanejo. Cássio prefere rock e já fez matéria para TV com CPM 22, uma de suas bandas favoritas.

Jailson durante treino do Palmeiras
Jailson durante treino do Palmeiras - Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação
 

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