Descrição de chapéu Copa do Mundo DeltaFolha

Na Copa, Neymar repete desempenho das eliminatórias

Atacante está com estatísticas semelhantes às do torneio classificatório

Fábio Takahashi Daniel Mariani
São Paulo

Paira entre torcedores e comentaristas a pergunta se Neymar está jogando bem nesta Copa. Análise das estatísticas do atacante mostra que o desempenho dele no Mundial está próximo ao apresentado nas últimas eliminatórias.

No torneio classificatório, a seleção liderada pelo atacante brilhou após a chegada de Tite e ficou em primeiro lugar, se colocando como uma das favoritas ao título na Rússia.

A Folha avaliou o jogador do PSG em sete indicadores, nas oito partidas nas eliminatórias em que ele enfrentou equipes que se classificaram para a Copa (Argentina, Peru, Uruguai e Colômbia, em dois jogos contra cada uma).

Nessas partidas, Neymar deu em média 1,5 passe importante por jogo (que levou a uma conclusão ao gol feita por companheiro). Nas quatro primeiras partidas do Mundial, ele deu o dobro (3,3).

Há quem diga que o atacante pode até estar jogando bem nesta Copa, mas falta fazer gols --só marcou um, no fim, contra a Costa Rica, o que dá a média de 0,3 por jogo.

Nas oito partidas das eliminatórias, a média dele foi 0,4.

O indicador em que Neymar está claramente pior no Mundial é o de número de bolas perdidas por jogo. A média era de três, agora está em seis.

Mesmo nesse quesito, as coisas parecem estar melhorando para o atacante. A última partida (contra a Sérvia) foi a que ele menos perdeu a bola (três vezes). E foi também contra a Sérvia que ele conseguiu o maior número de dribles no Mundial (14). Ou seja, arriscou mais e perdeu menos bolas.

Além disso, ele conseguiu nessa partida sua primeira assistência no torneio (passe que resulta em gol). Bateu o escanteio que resultou no gol do zagueiro Thiago Silva.

Seus companheiros e o técnico Tite têm destacado em entrevistas o que chamam de esforço feito pelo jogador para estar na Copa e como ele tem evoluído no torneio.

Em fevereiro, Neymar sofreu fratura no quinto metatarso do pé direito. Passou por cirurgia e voltou a disputar um jogo no amistoso contra a Croácia, em 3 de junho.

A previsão da equipe médica da seleção brasileira antes do torneio era que o atacante atingisse o auge de sua forma física apenas a partir das oitavas de final, justamente a etapa em que a seleção está agora --enfrenta o México, nesta segunda-feira (2).

Ao longo da competição, os médicos do time têm informado que a condição física de Neymar vem realmente melhorando, jogo a jogo.

"Sabemos o preço que ele pagou para retomar esse nível", afirmou Tite, na véspera do jogo contra o México.

"Ele retomou seu nível máximo, com técnica, função tática, baixou para ajudar marcação, transição com bolas, precisão de finalização e finta pessoal. Amanhã eu não sei, mas ele retomou o alto nível", afirmou o treinador.

Do lado mexicano, vêm elogios ao atacante, mas também críticas ao que chamam de simulações do brasileiro.

O meio-campista Guardado, por exemplo, pediu que a arbitragem fique atenta a essas possíveis simulações.

"Sabemos que ele gosta de exagerar as faltas, se jogar no chão", disse o mexicano. "Quem deve colocar um limite são os árbitros, não nós."

Contra a Costa Rica, o árbitro holandês Björn Kuipers chegou a marcar um pênalti em Neymar, em jogada com o defensor González. A decisão foi revista após o juiz consultar o VAR (árbitro de vídeo).

Outro ponto crítico para o brasileiro é que ele já recebeu cartão amarelo. Um segundo tiraria o jogador de uma eventual quartas de final.

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