Descrição de chapéu Copa do Mundo

Fãs do Brasil em 1970, mexicanos agora se enxergam como rivais

Equipes se enfrentam nesta segunda-feira, pelas oitavas de final da Copa

Sylvia Colombo
Cidade do México

“Foi-se o tempo em que o México só se dava mal no futebol, e então torcíamos pelo Brasil. Agora temos nosso próprio time e sabemos que esses meninos têm garra e qualidade”, diz Emilio Osório, 78, enquanto tomava seu café da manhã, no sábado (30), na Cidade do México.

Vestido com a camisa da “tricolor”, como é chamada a seleção, em que predomina o verde, don Osório, como o chamam as funcionárias do café, recorda o tricampeonato do Brasil, vencido em 1970, no estádio Azteca, na capital.

Vendedor com artigos mexicanos nas ruas da Cidade do México
Vendedor com artigos mexicanos nas ruas da Cidade do México - Johan Ordonez/AFP

“Todos viramos fãs do Brasil. Como não poderia ser, com o time que tinha, com Pelé, Jairzinho, Tostão, Carlos Alberto? Mas hoje é diferente, o Brasil é uma seleção forte como muitas, mas já não é hegemônica”, disse, concluindo que estava otimista com a partida desta segunda (2). “Creio que podemos ganhar, sim.”

Os sentimentos dos torcedores variam. A classificação, obtida depois de uma desanimadora derrota por 3 a 0 contra a Suécia, mas salva pela vitória da Coreia do Sul contra a Alemanha, foi celebrada com bom humor. Perto do monumento do Ángel de la Independencia, onde há um telão para mostrar as partidas, se gritava: “Coreano, hermano, ya eres mexicano” (coreano, irmão, você já é mexicano).

Porém, em meio ao alvoroço, havia quem dizia que contra o Brasil a festa iria acabar, que o melhor era aproveitá-la bem até o fim. E foi assim, houve música e festa com bandeiras e bandas a tarde toda. Entre um tema e outro, exaltava-se um jogador. Entre os preferidos do público, estão Javier Hernández, o “Chicharito”, o goleiro Guillermo Ochoa, o zagueiro Rafa Márquez e Hirving “Chuqui” Lozano, autor do gol contra a Alemanha.

A expectativa para o jogo contra o Brasil é grande e tomou as conversas de rua e grande espaço no noticiário, apesar de o país ter realizado eleições neste domingo (1º).

Haverá telões em dois lugares simbólicos da Cidade do México: o monumento do Ángel de la Independencia, no paseo de la Reforma, e no Zócalo, principal praça histórica.

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