Presidente da CBF ameaça clubes e bate o pé por continuidade do futebol

Rogério Caboclo afirmou que agremiações estão f... se os campeonatos paralisarem

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São Paulo

O presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Rogério Caboclo, subiu o tom numa conversa com clubes brasileiros e deixou clara a sua intenção de não paralisar quaisquer campeonatos nacionais neste momento da pandemia.

Em reunião virtual no dia 10 de março com dirigentes, Caboclo reafirmou sua posição pela continuidade do futebol nacional e usou a Rede Globo e os patrocinadores como munição para pressionar as agremiações, que teriam as receitas congeladas em caso de paralisação.

Rogério Caboclo pressionou os clubes pela continuidade do futebol
Rogério Caboclo pressionou os clubes pela continuidade do futebol - Leandro Lopes - 17.abr.2019/CBF

A informação foi publicada pelo jornal O Dia, acompanhada de um vídeo do encontro do presidente da CBF com dirigentes das equipes.

"Por gentileza, vamos pensar agora: nós podemos parar o futebol? A Rede Globo não quer. Ninguém quer [parar o futebol], seus patrocinadores não querem. E se parar sabe quando nós temos a segurança de dizer que a gente pode voltar? Nunca", afirmou Caboclo.

"Eu vou mandar no futebol brasileiro e vou determinar que vai ter competição e que vocês estão fodidos se não tiver [competições]", disse o presidente da CBF.

Procurada pela Folha, a Globo diz que acompanha as decisões das entidades responsáveis pelos torneios e que seguirão os protocolos estabelecidos pelas mesmas.

"Como vem fazendo desde o início da pandemia há mais de um ano, a Globo segue respeitando as orientações dadas pelas autoridades competentes e acompanhando as decisões dos organizadores das competições. Entendemos que o momento é de cautela, e que a prioridade é a segurança de todos. Vamos seguir e respeitar todos os protocolos que forem definidos e decididos pelas entidades", afirmou a emissora, em nota enviada por seu departamento de comunicação.

A reportagem também entrou em contato com a CBF sobre a reunião do último dia 10, na qual Rogério Caboclo reafirma a intenção de não paralisar o futebol. De acordo com a entidade, a decisão pelo prosseguimento das competições contou com a anuência dos clubes e das federações.

"A CBF reitera que a defesa da continuidade do futebol foi posição unânime das 27 Federações e dos clubes participantes de todas as séries do futebol brasileiro, sempre seguindo rígidos protocolos de saúde", afirmou a confederação.

Logo após a fala de Rogério Caboclo sobre a continuidade do futebol, o mandatário do Palmeiras, Mauricio Galiotte, pediu a palavra e sugeriu que a conversa sobre a continuidade do futebol fosse adiada. Segundo o dirigente alviverde, "a discussão [sobre a disputa dos campeonatos] é um pouco mais ampla", e finalizou sua intervenção na reunião.

Ainda durante o encontro virtual, Caboclo recebeu elogios do presidente do Avaí, Francisco Battistotti, por sua posição sobre a continuidade das competições. O clube catarinense disputa atualmente o estadual, que já teve algumas rodadas suspensas no mês de março, e a Copa do Brasil, além da Série B do Campeonato Brasileiro, prevista para começar em maio.

"Parabéns, Rogério, pela sua colocação. O Avaí Futebol Clube acha a sua posição corretíssima. Sentimos na carne a influência política determinando que seja cancelado o futebol catarinense", afirmou Battistoti.

A Federação Paulista de Futebol, horas depois de afirmar na segunda (22) que acataria a determinação do governo estadual pela paralisação do campeonato até o dia 30, conseguiu levar o duelo entre Corinthians e Mirassol para Volta Redonda, no Rio de Janeiro. A partida foi marcada para esta terça (23).

Rogério Caboclo queria aproveitar a viagem de clubes ao município fluminense para dar continuidade à Copa do Brasil, mas a prefeitura de Volta Redonda afirmou que não receberia jogos da competição nacional. Os compromissos com a Federação Paulista, disseram as autoridades municipais, já estavam adiantados e por isso foram confirmados.

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