Evergrande é dona do maior clube de futebol da China

Empresa com passivo estimado em R$ 1,89 trilhão transformou Guangzhou em potência com Felipão e outros brasileiros

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São Paulo

O risco de que a gigante chinesa Evergrande, uma incorporadora imobiliária, possa dar um calote no pagamento de suas dívidas –possui passivo de US$ 355 bilhões (R$ 1,89 trilhão)– pode ter reflexo no maior campeão de futebol da China, o Guangzhou.

Desde 2010, o clube, que costumava figurar na segunda divisão do país, transformou-se na maior potência local quando foi comprado pelo grupo, fundado em 1996 por Xu Jiayin, o homem mais rico da China, durante o boom imobiliário na década de 1990.

Paulinho em ação pelo Guangzhou Evergrande em jogo da liga chinesa de 2020
Paulinho em ação pelo Guangzhou Evergrande em jogo da liga chinesa de 2020 - STR - 30.jul.2020/AFP

Nos últimos 11 anos, grandes nomes do futebol mundial foram contratados, incluindo brasileiros, e o time passou a acumular títulos. Foram oito troféus da liga nacional (2011, 2012, 2013, 2014, 2015, 2016, 2017 e 2019), além de dois vices (2018 e 2020) nesse período, deixando para trás o Shandong Luneng, equipe que tinha mais títulos até então, com três taças.

Três dos oito títulos nacionais do Guangzhou foram conquistados sob o comando de Luiz Felipe Scolari. O treinador campeão do mundo com a seleção brasileira em 2002 comandou o time de 2015 a 2017, período no qual também ganhou em seu primeiro ano por lá um dos dois títulos de Liga dos Campeões da Ásia que a agremiação possui.

O elenco atual conta com o meia brasileiro Ricardo Goulart. O volante Paulinho e o atacante Robinho são dois outros nomes conhecidos que passaram pelo time chinês.

O ex-jogador do Corinthians, aliás, foi contratado em 2019, negociado pelo Barcelona por 42 milhões de euros na época, a terceira maior venda da história do clube espanhol. Era mais uma prova do forte poder econômico não só do Guangzhou, mas do futebol chinês desde que bilionários passaram a investir nos clubes do país.

A partir de dezembro de 2019, as autoridades que comandam o futebol na China criaram algumas regras para limitar os gastos dos clubes, incluindo um teto salarial para os jogadores, o que passou a dificultar a contratação de grandes nomes.

Além disso, para esta temporada, a Associação Chinesa de Futebol determinou que os clubes retirassem os nomes de donos, investidores ou patrocinadores e alterassem suas nomenclaturas para nomes mais neutros. Por isso, o Guangzhou deixou de ser chamado na liga de Guangzhou Evergrande e voltou a usar somente seu nome original: Guangzhou Football Club.

Atualmente, a equipe está na segunda posição da Superliga Chinesa, com 30 pontos, três a menos do que o líder do campeonato, o Shandong Luneng.

Em termos de estrutura, porém, o clube segue em expansão e está construindo um estádio, orçado em US$ 1,7 bilhão (R$ 9 bilhões), com formato de uma flor de lótus e capacidade para 100 mil espectadores.

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