'Tudo é homofobia, tudo é feminismo', ironiza Bolsonaro sobre punição a Maurício Souza

Presidente comenta notícia de que Minas decidiu afastar jogador de vôlei por publicações homofóbicas

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reagiu à decisão do Minas Tênis Clube de punir o atleta de vôlei Maurício Souza por publicações homofóbicas nas redes sociais. Minutos antes de participar de entrevista na emissora Jovem Pan News, Bolsonaro, ao ouvir a notícia sobre o afastamento do jogador, afirmou: "Puta que o pariu, impressionante né? Tudo é homofobia, tudo é feminismo".

A cena foi transmitida nas redes sociais de Bolsonaro.

Pressionado por seus patrocinadores, o Minas resolveu afastar o central de 33 anos do elenco na terça-feira (26). Nesta quarta (27), já depois do comentário de Bolsonaro, o clube decidiu rescindir o contrato do jogador, que publicou mais um vídeo de conteúdo preconceituoso.

O central da seleção brasileira de vôlei e do Minas, Mauricio Souza, em postagem no Instagram ao lado do presidente Jair Bolsonaro e do deputado federal Eduardo Bolsonaro, no Palácio do Planalto, em Brasília
O central da seleção brasileira de vôlei e do Minas, Mauricio Souza (esq), em postagem no Instagram ao lado do presidente Jair Bolsonaro e do deputado federal Eduardo Bolsonaro, no Palácio do Planalto, em Brasília - Divulgação - 24.ago.21/Instagram @mauriciosouza17

Há duas semanas, Maurício manifestou seu descontentamento com o anúncio da DC Comics de que o novo Super-Homem, filho do Super-Homem original, vai se descobrir bissexual nas próximas edições dos quadrinhos. "Ah, é só um desenho, não é nada demais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar", escreveu.

Deu-se, então, uma discussão virtual com Douglas Souza, seu companheiro na seleção brasileira e membro da comunidade LGBTQIA+. A situação cresceu a ponto de a Fiat e a Gerdau, que bancam o time masculino de vôlei do Minas, cobrarem do clube uma posição firme sobre o assunto.

A diretoria publicou na segunda-feira (25) uma nota considerada branda e tardia, na qual condenava a homofobia, mas defendia que "todos os atletas federados à agremiação têm liberdade para se expressar livremente em suas redes sociais". Apontava ainda que havia conversado "internamente" com o central.

O texto não satisfez boa parte da opinião pública e incomodou os patrocinadores. Em notas separadas, bem mais duras do que a apresentada pelo Minas, a Fiat e a Gerdau pediram a tomada de "medidas cabíveis". No caso da Fiat, as palavras foram em tom de cobrança por uma solução "no espaço mais curto de tempo possível".

O Minas, então, anunciou o afastamento de Souza e a exigência de um pedido de desculpas. No que seria o vídeo da retratação, porém, o jogador deixou claro que não havia arrependimento e voltou a defender sua posição. Dessa maneira, teve seu desligamento do clube anunciado.

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