Descrição de chapéu basquete

Sensação da NBA, Minnesota Timberwolves vive disputa para definir seu proprietário

Invicta nos 'playoffs', equipe tem briga por controle de suas ações enquanto luta por seu primeiro título

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São Paulo

O Minnesota Timberwolves está a duas vitórias de atingir a final da Conferência Oeste e igualar sua melhor campanha na NBA. Depois de ter despachado por 4 a 0 o Phoenix Suns, de Kevin Durant, Devin Booker e Bradley Beal, já abriu 2 a 0 no atual campeão Denver Nuggets, com dois triunfos em Denver.

Frustrados, os defensores do título não parecem ter respostas para o time comandado por Chris Finch, ainda invicto na fase final da liga norte-americana de basquete. O jovem craque Anthony Edwards, 22, tem sido cada vez mais comparado a Michael Jordan. Analistas dos Estados Unidos já apontam como quase inevitável um duelo com o Boston Celtics na decisão.

E não se sabe quem será o dono do clube em um futuro próximo.

Anthony Edwards joga muito - Matthew Stockman - 6.mai./24/Getty Images via AFP

Há uma disputa, prestes a ser judicializada, sobre o controle das ações dos Timberwolves. Uma venda estava em curso desde 2021, porém foi dada como cancelada pelo atual acionista majoritário, Glen Taylor, e especular sobre o rumo da agremiação de Minneapolis se tornou um exercício difícil.

A negociação foi estabelecida em um modelo pouco ortodoxo. Seria uma transferência escalonada das ações, compradas por Marc Lore, empresário do ramo da tecnologia, e Alex Rodriguez, estrela do beisebol nos anos 90 e na primeira década do século 21. O valor total acertado foi de US$ 1,5 bilhão (R$ 7,6 bilhões, na cotação atual), em três pagamentos.

Concluídos os dois primeiros aportes, em 2002 e 2023, o grupo liderado por Lore e Rodriguez ficou com 36% do time. E anunciou que tinha preenchido os requisitos para adquirir mais 40%, o que o tornaria majoritário no fim do passado mês de março.

Taylor, no entanto, disse que termos do acordo original não foram cumpridos e deu o restante da venda como cancelada. Segundo ele, a transferência final, com prazo em 27 de março, não foi executada, e o contrato está rompido.

É uma discussão técnica, em torno do item 6.4 (a) do contrato, que trata de prazos e execuções. Lore e Rodriguez asseguram que cumpriram o combinado e entregaram os documentos a tempo. Faltava apenas a aprovação da NBA, que tem uma série de regras sobre a venda de equipes.

Advogados familiarizados com a questão afirmam que os potenciais compradores têm mérito em suas argumentações. Mas Taylor, 83, é um veterano nesse tipo de situação, e sua empresa, a Taylor Corporation, já teve 80 subsidiárias, com amplo sucesso em disputas legais.

Marc Lore (à esq.) e Alex Rodriguez (à dir.) esperam concluir a compra do Minnesota Timberwolves, mas encontraram obstáculos - David Berding - 30.dez.23/Getty Images via AFP

Tecnicalidades à parte, toda a discussão está ligada ao fato de que o acerto foi feito com base em cifras hoje consideradas abaixo do valor de mercado. Desde que se fechou o negócio por US$ 1,5 bilhão, o Phoenix Suns foi vendido por US$ 4 bilhões, e o Charlotte Hornets, por US$ 3 bilhões. Em dezembro, a agência Sportico, especializada na indústria esportiva, avaliou o Minnesota Timberwolves em US$ 2,8 bilhões.

Isso foi antes de o time, dono da quarta melhor campanha na primeira fase da NBA, estabelecer-se como um forte candidato ao título. O realmente excepcional Anthony Edwards tem contrato assinado até 2029. As demais peças-chaves da equipe também têm compromissos firmados pelas próximas temporadas, o que faz dos Wolves uma força no basquetebol.

Em resumo, a venda escalonada das ações criou uma distorção entre o valor do clube no acerto e o valor do clube no momento do pagamento. Assim, Glen Taylor tenta melar o acordo –ou, ao menos, renegociar os termos e levar uma bolada maior.

"Temos os jogadores agora. Parece que teremos uma sequência boa nos próximos anos", disse Taylor. "E eu quero fazer parte disso."

Os (quase) compradores Lore e Rodriguez apontam o que chamam de "seller’s remorse", um arrependimento que teria acometido o vendedor ao perceber do que abria mão. "Cumprimos nossas obrigações, temos o financiamento necessário e estamos comprometidos em concluir a compra, assim que a NBA finalizar seu processo de aprovação", disseram, em comunicado.

A direção da NBA tem se mantido em silêncio, procurando ficar fora da briga. Um processo de mediação, ocorrido na semana passada, como esperado, foi infrutífero. O caso, então, como estabelecido em contrato, vai para uma arbitragem de três pessoas.

Formarão o painel um advogado aprovado por cada lado que não o tenha representado anteriormente e um juiz aposentado da região de Minnesota. Se não houver acordo em relação à definição desse juiz aposentado, ele será indicado pela juíza chefe do condado de Hennepin, Kerry W. Meyer.

Glen Taylor conversa com Alex Rodriguez em jogo do Minnesota de 2022; de lá para cá, a relação piorou bastante - Bruce Kluckhohn - 4.nov.22/USA Today Sports

Enquanto isso, Anthony Edwards impressiona com sua habilidade e com seu atleticismo, Karl-Anthony Towns exibe seu jogo completo, e Jaden McDaniels rouba bolas. A equipe não precisou do pivô Rudy Gobert, ausente para acompanhar o nascimento do filho, para fazer 106 a 80 no Denver, na última segunda.

Também não precisou de Chris Finch em seu lugar tradicional no banco, já que o técnico rompeu o tendão patelar em um choque o armador Mike Conley, no fim da série contra o Phoenix, e, operado, tem visto os jogos sentado, na segunda fileira. Isso e a briga nos bastidores não têm atrapalhado o Minnesota, que tenta fazer 3 a 0 nos Nuggets nesta sexta-feira (10).

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