Filha motiva Amanda Nunes em defesa de título no UFC

Brasileira tenta proteger o cinturão dos pesos-galo nos Estados Unidos

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São Paulo

Dona de dois cinturões no UFC (Ultimate Fighting Championship) e com um cartel de 21 vitórias e quatro derrotas, Amanda Nunes ainda tem sede de ampliar o seu legado como uma das maiores lutadoras de MMA da história.

Aos 33 anos, a baiana ganhou recentemente uma nova motivação para isso: o nascimento de sua primeira filha, Raegan Ann Nunes, fruto de seu casamento com a lutadora norte-americana Nina Ansaroff.

"Depois que Raegan nasceu, ela me deu um gás diferente. Eu quero levá-la para todos os lugares e nas lutas. Quero ter muitas memórias com ela. Tem muitas meninas que lutaram até os 41, 42 anos. Então, eu tenho ainda muita coisa para conquistar", disse a brasileira à Folha.

Neste sábado (11), no UFC 269, em Las Vegas, nos Estados Unidos, Amanda vai fazer a sua oitava defesa de cinturão, a sexta valendo o título dos pesos-galo (até 61,2 kg), contra a americana Julianna Peña, 32. O duelo fará parte do card principal, no qual Charles do Bronx defenderá o cinturão dos pesos-leves. As lutas terão início à meia-noite, na virada de sábado para domingo. O Combate vai transmitir.

Amanda Nunes acerta golpe em Felicia Spencer durante luta pelo UFC
Amanda Nunes acerta golpe em Felicia Spencer durante luta pelo UFC - Jeff Bottari - 7.jun.21/USA Today Sports

A baiana é favorita a vencer o confronto e manter o cinturão, um dos dois que ela ostenta, já que é campeã também dos pesos-pena (65,7 kg). Ela é a primeira mulher na história do MMA a manter simultaneamente dois títulos.

"Se você perguntar para as lutadoras, elas vão dizer que dormem pensando em mim, elas botam a cabeça no travesseiro todo dia pensando em Amanda Nunes. Tenho certeza de que elas me têm como referência e, claro, querem estar no meu lugar", afirmou.

De fato, ela é uma das maiores lendas do UFC. Além de carregar dois títulos, ela não perde uma luta desde 2014, quando foi nocauteada no UFC 178 pela americana Cat Zingano, em Las Vegas.

Depois disso, venceu em sequência Shayna Baszler e Sara McMann, dos Estados Unidos, e Valentina Shevchenko, do Quirguistão, antes de superar Miesha Tate, em julho de 2016, quando ganhou o cinturão dos galos.

Como campeã, Amanda defendeu o título em duelos contra Ronda Rousey, Valentina Shevchenko, Raquel Pennington, Holly Holm e Germaine de Randamie.

Entre essas lutas, em dezembro de 2018, ela venceu a compatriota Cris Cyborg, considerada a maior lutadora da MMA da história, quando se tornou campeã dos pesos-pena.

Sedenta por mais confrontos antes de pensar em sua aposentadoria, Amanda disse que espera por novas mulheres no UFC para ter mais adversárias. Dar uma chance a Julianna Peña faz parte do movimento dela de contribuir com a renovação da categoria.

"Chegou um ponto em que ficava entre mim, a Holly Homes, a Germaine e a Miesha, que agora voltou. A categoria meio que esfriou. Agora, não. A Julianna veio, temos novas meninas, deu uma sacudida."

Quinta colocada do ranking dos galos, a desafiante da baiana tem um cartel de dez vitórias e quatro derrotas no UFC. "A Julianna veio no momento certo. Ela é falastrona, eu gosto disso. Eu já a conhecia, ela despertou meu interesse também", disse a campeã.

Será a primeira luta de Amanda desde o nascimento de Reagan, em 24 de setembro de 2020. Com apenas um ano e três meses, a menina parece demonstrar que pode trilhar o caminho da mãe e ser uma atleta.

No que depender de lutadora, no entanto, não será no octógono que ela vai atuar, mas nos campos. "Eu prefiro levá-la para o futebol. Aqui, nos Estados Unidos, o futebol feminino é muito forte nas escolas. Então, é uma coisa que eu realmente gostaria de vê-la jogando. Mas eu não vou forçar."

Apesar de gostar de jogar bola pela casa, Reagan costuma imitar a mãe durante os treinos. "Ela faz fuga de quadril para a frente e para trás, só vendo a gente treinar. Eu nunca ensinei nada para ela. Ela já gosta, tem um espírito de luta", conta a campeã.

No momento, Amanda só quer manter seu cinturão e continuar cultivando boas lembranças junto de sua filha. "Ter o cinturão já é uma motivação para a vida, e eu agora quero ter o máximo de memórias possíveis com ela", encerrou.

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