Todos os membros do conselho de administração da Juventus de Turim, da Itália, incluindo seu presidente Andrea Agnelli, renunciaram, anunciou o clube italiano em comunicado na noite de segunda-feira (28).
O diretor-geral, Maurizio Arrivabene, ficará encarregado de resolver os assuntos do dia a dia até que um novo conselho seja formado, divulgou o clube italiano.
A próxima assembleia geral está marcada para 18 de janeiro.
O conselho de administração, do qual fazem parte Agnelli e seu vice-presidente Pavel Nedved, renunciou "considerando a centralidade e relevância das pendências jurídicas e técnico-contábeis", em referência a uma investigação da justiça italiana aberta há mais de um ano.
O Ministério Público de Turim está de olho na prática, comum na Juve, de "falsas trocas" de jogadores: vendas cruzadas com outros clubes, sem contrapartida financeira, mas que permitem registrar ganhos de capital nos balanços.
Os magistrados estimaram estas mais-valias "fictícias" em cerca de 155 milhões de euros (cerca de R$ 867 milhões) entre 2018 e 2021, segundo os meios de comunicação.
O clube, que está cotado em bolsa, também teria escondido dos seus investidores a existência de acordos privados com jogadores, incluindo o atacante português Cristiano Ronaldo, para pagamento de salários diferentes.
A esses problemas judiciais somam-se outros econômicos. A Velha Senhora foi eliminada na fase de grupos da Champions League, uma saída prematura para a qual deixará de entrar cerca de 20 milhões de euros (cerca de R$ 112 milhões), segundo o portal Calcio e Finanza.
O clube, no vermelho nos últimos cinco anos, registrou prejuízos de 255 milhões de euros (R$ 1,4 bilhão) na última temporada: deficit recorde no futebol italiano.
A Juventus "continuará a colaborar e cooperar com as autoridades de vigilância e o setor", disse a Juve.
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