Descrição de chapéu atletismo

Caio Bonfim conquista medalha de bronze no Mundial de atletismo

Brasileiro obtém sua melhor marca na marcha atlética e sobe ao pódio em Budapeste

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São Paulo

Um brasileiro subiu ao pódio na primeira prova do Mundial de atletismo, que teve início na manhã de sábado (19), em Budapeste, na Hungria. Caio Bonfim completou a disputa de 20 quilômetros da marcha atlética na terceira colocação.

Bronze em 2017, no Mundial de Londres, ele voltou a conquistar medalha dessa cor. Desta vez, porém, aos 32 anos, obteve a melhor marca de sua carreira, também o recorde brasileiro, com 1h17min47.

A vitória em Budapeste ficou com o espanhol Álvaro Martín, que fez uma prova consistente e fechou o percurso em 1h17min32. Ele foi seguido pelo sueco Perseus Karlström, que obteve a marca de 1h17min39.

Caio Bonfim celebra a medalha de bronze em Budapeste - Attila Kisbenedek/AFP

Caio Bonfim se manteve em boas colocações durante toda a disputa. Na metade inicial, esteve em um pelotão que seguia a distância o japonês Ikeda Koki. Este, no entanto, não pôde suportar o ritmo e terminou a competição apenas em 15º lugar.

Ultrapassado por Martín, o brasiliense passou a brigar pela prata com Karlström. Ele já tinha duas faltas, porém, por, segundo os juízes, ter tirado os dois pés do chão. Uma terceira lhe renderia punição de dois minutos.

O brasileiro, então, adotou estratégia mais conservadora para assegurar um lugar no pódio, objetivo que alcançou, ainda assim, com quebra de recorde. "Eu tive que ser inteligente. Achei mais seguro chegar bonito tecnicamente e pegar a medalha", afirmou ao SporTV.

Bonfim ficou particularmente satisfeito por ter apresentado seu melhor desempenho em uma competição do tamanho do Mundial. Ele lembrou que é comum atletas ficarem abaixo de suas capacidades em situações de pressão, como a observada em Budapeste.

"A temporada é a fase de grupos. Se você não cresce no mata-mata, não adianta nada. Aqui, era o mata-mata. Os resultados ao longo do ano deram confiança para a gente chegar a este campeonato com a melhor cabeça possível", celebrou.

Caio Bonfim (à direita) sobe ao pódio ao lado do espanhol Álvaro Martín (ao centro), medalha de ouro, e do sueco Perseus Karlström, medalha de prata - Bernadett Szabo/Reuters

Erik Cardoso e Darlan Romani não alcançam objetivos

Outros brasileiros que chegaram com alguma expectativa ao Mundial não cumpriram seus objetivos na Hungria. Foi o caso do velocista Erik Cardoso, que decepcionou nos 100 m rasos, e, de Darlan Romani, que não teve um bom desempenho na final do arremesso do peso.

Erik chegou a Budapeste com o moral de ter sido o primeiro atleta da história do Brasil a fechar os 100 metros em menos de dez segundos, com 9s97. Conseguiu apenas 10s36, ficando na 43ª posição geral e fracassando na tentativa de sobreviver à fase eliminatória.

"Foi longe do esperado", admitiu ao SporTV. "Eu esperava algo bem melhor. Estava treinando bem, fiz competições muito boas também. Mas agora é ver onde eu errei, ver os detalhes, o que faltou. Cada dia é um dia. É aprender com os erros e seguir em frente."

Os outros brasileiros na disputa dos 100 m também tiveram suas campanhas interrompidas nas eliminatórias. Paulo André e Felipe Bardi obtiveram o mesmo tempo, 10s25, suficiente para a 34ª colocação.

Já Darlan Romani conseguiu um bom arremesso, de 22,37 m. O problema foi que a marca foi obtida na eliminatória e não é carregada para a decisão. Na final, o catarinense de 32 anos alcançou apenas 21,41 m, suficiente para o oitavo lugar.

Darlan Romani foi bem na eliminatória, não na final - Kai Pfaffenbach - 19.ago.23/Reuters

"Não sei o que falar. Acertei o dia, porém errei o momento. Se fosse o contrário, estaria no pódio. Mas o foco é a Olimpíada, é o que a gente quer", afirmou ao SporTV. "Tive dificuldades. Foi só a segunda competição no ano. Na segunda, fiz 22,37 m. Então, estou no caminho certo."

Com uma lesão no ombro, o atleta ficou mais de um ano sem participar de competições internacionais. Na atual temporada, disputou apenas o Troféu Brasil. Na final na qual não foi bem, viu o norte-americano Ryan Crouser bater o recorde da competição, com 23,51 m.

Romani vinha tratando o Mundial de Budapeste como um parâmetro para sentir o estado de seu corpo. Como ele mesmo apontou, o grande objetivo é brigar por uma medalha nos Jogos Olímpicos de Paris, que ocorrerão entre julho e agosto de 2024.

O brasileiro já tem no currículo duas boas participações olímpicas. Quinto colocado no Rio de Janeiro, em 2016, ficou em quarto em Tóquio, em 2021 —a disputa foi atrasada em um ano por causa da pandemia de Covid-19.

Darlan também apresentou bons resultados em edições anteriores do Mundial. No ano passado, nos Estados Unidos, ficou em quinto. Também no ano passado, no Mundial indoor, que não tem a mesma importância, levou medalha de ouro.

São resultados que o fazem crer em um bom papel em Paris. Ainda que ele tenha errado o momento de seu melhor arremesso em Budapeste. "Não gostei, mas paciência. Vamos batalhar."

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