Descrição de chapéu Vôlei

Márcia Fu e Key Alves: o que define um atleta de alto rendimento?

Troca de farpas entre ex-jogadora e atleta levanta a questão; para especialista, busca sistemática por resultados esportivos é uma das definições

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Maceió

Nesta semana, Márcia Fu e Key Alves trocaram farpas. A primeira questionou o rendimento esportivo da segunda: "jogadoras mesmo éramos eu, Fernanda Venturini, Ana Moser, vê se você entende, que pegou no pesado".

A frase foi dita durante uma entrevista com Blogueirinha.

No conceito clássico, um atleta de alto rendimento é aquele que sistematicamente treina todos os dias visando melhorar suas marcas. O objetivo central desse atleta é participar de competições esportivas, onde ele mede esse rendimento.

"É a busca pelo mais alto nível de desempenho na sua categoria de disputa. Às vezes, é entre os melhores do estado, do país e, em casos bem restritos, entre os melhores do mundo. É um grupo bem seleto. São camadas de selecionamento. Por isso que a rotina de treinos e o objetivo competitivo são outros fatores que caracterizam o esporte de alto rendimento", explicou o doutor em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná, Silvan Menezes.

A imagem está dividida em duas partes. À esquerda, uma mulher de cabelos escuros e ondulados está sorrindo, vestindo uma blusa verde clara com mangas bufantes. O fundo é neutro e iluminado. À direita, uma mulher jovem está sorrindo durante um evento esportivo, vestindo um uniforme de voleibol bege com detalhes em preto e uma faixa de capitã com as cores do arco-íris no braço. Ao fundo, há uma quadra de esportes e algumas pessoas desfocadas.
Márcia Fu e Key Alves - Instagram

Esse atleta geralmente começa a treinar prematuramente, ainda na juventude, com a rotina de treino voltada para a prática esportiva. A rotina esportiva costuma prejudicar sua saúde.

"O importante é o rendimento, então muitos sacrificam a própria saúde, inclusive participam de competições lesionados. Então por isso que eles são atletas de alto rendimento", afirmou o professor Júlio Cerca Serrão, chefe do Laboratório de Biomecânica da Escola de Educação Física e Esporte da USP.

A falta de profissionalização também é um empecilho em alguns casos, já que pessoas que se preparam para o alto rendimento, no Brasil, às vezes têm de dividir suas rotinas entre um trabalho comum e um programa de treinamentos intenso.

"Temos atletas de alto rendimento que não são profissionalizados, pois não possuem contrato com nenhum patrocinador ou outro alguém que o pague para aquela prática. Temos casos de atletas olímpicos e paralímpicos que não são profissionalizados. Acredito que a discussão sobre a Key Alves é muito mais pela carreira de 'influencer' dela e de perfil no OnlyFans do que por causa da qualidade dela como jogadora", afirmou Silvan.

"Não é a primeira vez que surge esse debate em torno da Key Alves, porque se discute a vida dela fora do esporte, se é influencer, se é contratada pela visibilidade, enfim. Então, me parece que está muito mais em torno de um um certo conservadorismo da Márcia Fu, nesse caso, do que necessariamente uma discussão esportiva, atlética, mais profunda", complementou.

Para Júlio Cerca Serrão, a discussão entrou mais no âmbito da performance e resultados esportivos do que efetivamente ser um atleta de alto rendimento.

"A Key Alves é atleta de competição. Não chegou no mesmo nível que a Márcia Fu chegou, mas é atleta de rendimento, porque jogava pensando em resultado. O que aconteceu é que a Márcia desmereceu a performance da Key. Seria o mesmo que uma campeã olímpica desmerecesse a Márcia Fu, por exemplo. Parece uma guerra de egos que foge um pouco do conceito [de atleta de rendimento]", disse.

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