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'Plataforma de doação renovou sonho de ver toda mulher com renda'

Bia Diniz, da ONG Cruzando Histórias, contou com mentoria e suporte da Benfeitoria, finalista do Empreendedor Social 2022 na categoria Destaques na Pandemia

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São Paulo

Se uma imagem vale mil palavras, a empreendedora social Bia Diniz, 35, acrescenta que ela pode ser divisor de água. Na dela, foi.

Ao ver de casa, em Cotia (SP), o relato de uma desempregada na TV, ela foi às ruas e ajudou 15 mil mulheres com a ONG Cruzando Histórias. Parte delas pelo esforço no Dia do Doar, com a Benfeitoria, quando atraiu 386 doadores.

Ela relata como renovou sua trajetória com apoio da Benfeitoria, iniciativa liderada por Murilo Farah e Tatiana Leite que chegou à final do Prêmio Empreendedor Social na categoria Destaques na Pandemia.

"Faço coisas para ajudar as pessoas que todo mundo diz que é loucura. Por exemplo, pegava Uber compartilhado à noite do centro de São Paulo até Cotia para vender a outros passageiros brigadeiros que eu fazia e cujo dinheiro ajudava o Hai África, que dá a crianças acesso à educação no Quênia.

Beatriz Diniz, fundadora da ONG Cruzando Histórias, contou com o auxilio da Benfeitoria para ajudar mulheres sem renda na pandemia - Renato Stockler/Folhapress

A maior loucura foi quando vi na TV o relato de Sueli Batista da Silva sobre desemprego. Estava dando janta para meu filho, e aqueles 20 segundos mudaram a minha vida. Tentei achar Sueli. Liguei na Globo, fui ao centro de São Paulo, visitei agências de emprego e andei na rua Barão de Itapetininga com uma lousa e a inscrição "Está sem emprego?".

Retrato de lousa com a inscrição, em giz branco sobre o quadro verde, que pergunta: "Está Sem Trabalho?". A lousa ainda traz o endereço eletrônico da ONG Cruzando Histórias, liderada por Bia Diniz, o @cruzandohistórias
Lousa que a empreendedora social Bia Diniz usou no centro de São Paulo para ouvir e ajudar mulheres que estavam desempregadas - Folhapress

Eu procurava uma desempregada e achei centenas de pessoas sem emprego. E aprendi, de fato, o que é desemprego.

Eu era funcionária pública e atuava em RH. Passei a ouvir as pessoas e colocava relatos que me tocavam no Facebook. Os posts viralizaram. Nasceu assim a ONG Cruzando Histórias.

Os posts atraíam muita gente. E, após o SBT gravar entrevista comigo, a coisa virou. Passou num jornal da noite. No dia seguinte, eram 500 emails, celular tocando e mensagens. Só que a reportagem foi levada a afiliadas. Aí recebia num dia 90 mensagens de Foz do Iguaçu, noutro, cem de Pernambuco.

Foram seis meses assim, comigo conectando pessoas a vagas, ajudando com currículo ou ouvindo relatos. Eu mantinha a ONG com doações. E tive impulso ao ganhar R$ 5.000 em concurso na Arymax. Para mim, pareciam R$ 5 milhões.

E a gente vem crescendo e cruzando histórias novas, com cerca de 70% das mulheres conseguindo gerar renda. A da Benfeitoria foi assim. Criamos campanha na plataforma, para arrecadar dinheiro para o projeto EscutAção.

A meta era R$ 25 mil. E aí eles fizeram concurso, visando o Dia de Doar. Quem conseguisse mais doadores no dia receberia dobrado o valor da meta, pelo matchfunding Todo Cuidado Conta, da Raia Drogasil.

Eles nos motivaram tanto, como consultoria, que eu trabalhei da 0h01 de 29 de novembro até as 23h59 correndo atrás de doadores.

Pedi R$ 10, R$ 20, o que a pessoa tivesse. 386 pessoas doaram. Foi incrível. No final, recebemos R$ 75 mil e impactamos as 240 mulheres, com mentoria de carreira e psicoterapia.

Nunca tinha vivido isso, de mobilizar e sentir que tinha alguém nos apoiando, como o pessoal da Benfeitoria. A conquista renovou a Cruzando Histórias e meu sonho de ver toda mulher com renda."

Conheça os demais finalistas e vencedores do Prêmio Empreendedor Social 2022 na plataforma Social+.

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