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17/02/2003 - 17h31

Lula justifica cortes e avisa que austeridade fiscal continuará

da Folha Online

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou o pronunciamento feito hoje na abertura do ano parlamentar para enviar uma mensagem aos críticos das medidas anunciadas por sua equipe econômica, como o corte orçamentário de R$ 14,1 bilhões e a elevação a meta do superávit primário para 4,25% do PIB (Produto Interno Bruto).

"Temos plena consciência da dureza do contingenciamento orçamentário feito na última semana. A determinação de fazer um superávit primário de 4,25% do PIB é indispensável para impedir que a dívida pública cresça, como aconteceu nos últimos anos", disse Lula.

O presidente disse que medidas duras como as tomadas "durarão o tempo necessário". "Afinal, combater a inflação, reduzir a nossa dívida, gerar empregos e distribuir a renda são objetivos permanentes do meu governo."

O presidente alertou os parlamentares sobre as consequências da guerra entre os Estados Unidos e o Iraque. "Teremos tempos difíceis pela frente. O mundo entrou em período de maiores incertezas. A situação internacional se agravou com o anúncio de uma nova guerra já está produzindo consequências dolorosas para a economia mundial."

Segundo Lula, essa "nova instabilidade vem somar-se à grave situação que o país herdou". "A estabilidade da moeda nacional encontra-se ameaçada. O vírus da inflação voltou a ser uma ameaça real para o organismo econômico brasileiro. O câmbio ainda permanece instável."

O presidente disse que não se esqueceu de seus compromissos de campanha eleitoral. "Conscientes dos compromissos que assumimos durante a campanha, vamos fazer o que é preciso ser feito para recolocar a economia nacional no caminho da estabilidade e do desenvolvimento."

No entanto, avisou aos que criticam a maneira como a política econômica sendo conduzida que fará a transição para um modelo que permita a retomada do crescimento econômico com "responsabilidade".

"Temos de garantir a sustentabilidade da dívida pública, fazendo com grande responsabilidade a transição para um novo modelo de menor endividamento do governo e maior crescimento econômico", afirmou.

A mensagem foi uma resposta aos radicais do PT, que criticaram as medidas tomadas pelo ministro Antonio Palocci (Fazenda) de elevar a meta do superávit primário.

Para o deputado federal Lindberg Farias (PT-RJ), Palocci está dando "continuidade à política neoliberal de Pedro Malan (ministro da Fazenda de Fernando Henrique Cardoso)."

Austeridade

Lula disse que manterá uma política de austeridade fiscal. "As medidas duras tomadas por meu governo vão exigir um grande realismo e eficiência redobrada de todos os governantes em relação ao gasto público. Cada centavo de real tem de ser muito bem empregado."

No começo de seu pronunciamento, Lula reconheceu que foi "eleito para mudar o Brasil, para fazer o país retomar o caminho do crescimento econômico com geração de emprego, distribuição de renda e inclusão social".

Mas disse que precisaria da ajuda da sociedade para alcançar essas metas. "Tenho plena consciência de que só iremos mudar o Brasil juntos, fazendo convergir, democraticamente, a vontade dos Poderes da República, e com a participação efetiva do conjunto da sociedade", afirmou.

Lula pediu para os parlamentares terem calma, pois assumiu o país numa situação difícil. "Vamos fazer o que é preciso ser feito para recolocar a economia nacional no caminho da estabilidade e do desenvolvimento."

O presidente reafirmou, no entanto, que a transição para um novo modelo econômico será feita de forma tranquila e segura.

"Desde o início do meu governo, há apenas 48 dias, estamos fazendo enorme esforço para conduzir o país por uma transição criteriosa e segura, compromisso que assumi na Carta ao Povo Brasileiro, lançada em junho do ano passado", disse Lula.


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